O mercado financeiro está acompanhando os desafios enfrentados por ETFs alavancados baseados nas ações da MicroStrategy, maior detentora corporativa de Bitcoin (BTC) do mundo.
O fundo T-Rex 2X Long MSTR Daily Target ETF (MSTU), da Tuttle Capital Management, e o Defiance Daily Target 2X Long MSTR ETF (MSTX) estão atraindo investidores, mas também testando os limites de risco dos prime brokers de Wall Street.
Crescimento acelerado e obstáculos financeiros
Lançado há cerca de um mês, o MSTU, de Matt Tuttle, tem a proposta de oferecer o dobro do retorno das ações da MicroStrategy, que são conhecidas pela alta volatilidade.
No entanto, o rápido crescimento do ETFs revelou limites no mercado.
Com centenas de milhões de dólares captados, Tuttle precisava de US$ 100 milhões em swaps – instrumentos financeiros que garantem a alavancagem –, mas encontrou resistência das corretoras.
Apenas três prime brokers concordaram em trabalhar com o ETF, mas limitaram a exposição a US$ 20 milhões no total.
Para cumprir o mandato, Tuttle recorreu à compra de opções de compra (calls).
“Se fosse um fundo baseado em ações estáveis, como as da Procter & Gamble, conseguiríamos os swaps necessários sem dificuldades. Mas a MicroStrategy é uma coisa diferente”, comentou Tuttle.
Desafios para gestores de ETFs
O aumento da volatilidade também impactou o fundo rival MSTX, da Defiance ETFs, que inicialmente oferecia 1,75 vez de alavancagem, mas subiu para 2 vezes após o lançamento do MSTU.
A CEO da Defiance, Sylvia Jablonski, revelou que a empresa adotou estratégias semelhantes às de Tuttle, utilizando opções para atingir os objetivos de alavancagem.
Desde o lançamento, o MSTU valorizou mais de 600%, enquanto o MSTX subiu 480%. No mesmo período, as ações da MicroStrategy aumentaram mais de 70%, impulsionadas pelo otimismo em relação ao Bitcoin, que alcançou níveis recordes após o rali das criptomoedas.