Caro Investidor!
Em um dia em que o mundo se choca (os sensatos) com as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o “seu” país dominar a Faixa de Gaza; na noite de terça-feira (4), na presença do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, falemos de futuro. Fora os conflitos geopolíticos, guerra comercial e as intempéries de Trump e seu propósito de “dono do mundo”, você provavelmente já ouviu falar em ETF. E mais, há gestores que consideram essa modalidade como o investimento do futuro. Um dos motivos: praticidade.
Mas antes de adentrarmos no assunto, vejamos um pouco do cenário macro para fevereiro. Entre eles, os riscos globais e a desaceleração econômica no Brasil. Lá fora, Trump iniciou a guerra tarifária e deportações, colocando 25% de tarifas sobre uma série de produtos importados do Canadá e México, além de 10% em outra lista importante de importados da China. “Tal política tem como potencial efeito uma elevação da inflação americana, fato que vem elevando as taxas de juros com ganhos de inclinação”, diz o relatório do BTG Pactual.
Aqui no Brasil, a atividade econômica dá sinais de desaceleração. Dados recentes da indústria, varejo, crédito e mercado de trabalho têm mostrado enfraquecimento no mês de dezembro. “Se a tendência for mantida para os próximos meses, o ciclo de aperto monetário poderá ser mais brando que o mercado espera, criando oportunidades em renda fixa e atenções mais elevadas em renda variável”, comentam os analistas do BTG.
É o futuro dos investimentos?
Para Marcelo Boragini, sócio e especialista em Renda Varável da Davos Investimentos, o ETF até pode ser o investimento do futuro pela facilidade que ele traz. “Lembrando que é uma esta de ativos que refletem determinados índices, como por exemplo, o BOVA11, um dos mais conhecidos que reflete o Ibovespa”.
Segundo ele, a facilidade é simples: o investidor pode comprar o índice Bovespa diversificando o seu investimento em um índice apenas, em um ativo, em vez de comprar Petrobras, Vale, Itaú. “Ele pode ter o BOVA11, comprar o Ibovespa e obviamente a performance será muito parecida com o Índice”, explica.
Sobre as vantagens, Boragini cita a diversificação, o custo baixo, transparência e a liquidez. “Ainda tem a precificação, porque os investidores têm uma exposição mais ampla de muitos ativos ou setores em uma única transação, o que pode reduzir o risco”, comenta.
Perspectiva – De acordo com o especialista, os investidores estão conhecendo os ETFs. “Há uma perspectiva de crescimento o mercado global de ETFs, tem mostrado um crescimento robusto e constante”. No Brasil ainda engatinha, mas também demonstra uma crescente, segundo Boragini. Outra vantagem, segundo ele, os ETFs permitem que os investidores tenham acesso ao mercado internacional e a alguns ETFs que pagam dividendos.
Ótimo para investidor sem tempo
Conforme Alexandre Pletes, head de Renda Variável da Faz Capital, a vantagem para o investidor de ETF é ele ter o acesso com um valor bem menor a uma diversificação grande. “E também aquele investidor que não tem muito tempo de cuidar, ou de fazer uma seleção mais criteriosa de ativos, de seguir uma determinada alocação pensada por algum gestor, como num fundo de investimento, a vantagem também é a liquidez.”
O especialista alerta que alguns ETFs possuem elevada liquidez, outros nem tanto, então tem prestar a atenção na hora de fazer a alocação, “mas o acesso a esse investimento realmente se facilitou”.
Se vai ser alocação futuro, Pletes comenta que é uma alocação que tem bastante apelo. “Existe um montante bem grande alocado em ETFs, mas eu ainda acredito que a alocação em ETF é para quem, primeiro, não tem uma assessoria de investimento capaz de ter um olhar um pouco mais criterioso para o seu portfólio, e também para aquele investidor que tem pouco recurso e aí ele consegue, através de uma locação no ETF, ter uma grande diversificação.”
Semana positiva para ETF
Enquanto os fundos de investimento tiveram captação líquida negativa de R$ 11,1 bilhões na semana de 20 a 24 de janeiro, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a captação líquida dos ETFs foi positiva em R$ 1,1 bilhão, resultado que foi impactado pelo aporte de R$ 784 milhões em um único fundo.
Explicando o ETF
O ETF é, basicamente, um fundo de investimento com cotas negociadas na Bolsa de Valores. Eles também são chamados de “fundos de índice”, um apelido que explica a funcionalidade desse tipo de investimento. “Assim, quando falamos de índice estamos nos referindo a um conjunto de ativos que representam uma categoria. Por exemplo, você já deve ter ouvido falar nos noticiários sobre o Ibovespa (IBOV), um dos índices mais famosos do mercado brasileiro. Ele é como se fosse uma cesta imaginária que reúne as principais ações das empresas listadas na Bolsa”, esclarecem os analistas da XP Investimentos.
Apenas 2 desvantagens: Taxa de Administração – assim como os fundos de investimentos habituais, as gestoras que compõem a cesta de ativos em um ETF cobram por essa gestão. É a chamada Taxa de Administração. Mas, apesar de ser considerada uma desvantagem por implicar em um custo para o investidor, a porcentagem da taxa de administração de um ETF é baixa. Há fundos de investimento com 2% de taxa de administração, cobrada anualmente. Nos ETFs, dos males o menor: essa taxa não passa de 1%. A cobrança já está embutida no preço do ativo, não sendo paga diretamente pelo investidor.
Cobrança de IR – Embora os ETFs tenham diversas vantagens em relação ao mercado acionário, há uma desvantagem clara: a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre os lucros. A venda de ações realizada em um mês, no valor de até R$ 20 mil, é isenta da cobrança de IR. E isso não ocorre com os ETFs. (Fonte: XP Investimentos)
Novidade no mercado: HODL11
A segunda-feira (3) foi de lançamento. A Investo, gestora independente de fundos negociados em bolsa (Exchange Traded Fund – ETF) disponibilizou aos investidores o HODL11, novo ETF com exposição direta ao Bitcoin. O fundo será negociado na B3 com preço inicial próximo a R$ 100,00 e segue o índice MarketVector Bitcoin Benchmark Rate, que reflete o preço spot (negócios realizados com pagamento à vista) da criptomoeda.
Cauê Mançanares, CEO da Investo, disse ao E-Investidor que o HODL11 se diferencia pela combinação de diversificação, liquidez e custo reduzido. A liquidez do ETF é garantida pelo BTG, que atua como formador de mercado, e a taxa de administração, atualmente zerada, passará a ser de 0,20% ao ano a partir de agosto de 2025, sendo uma das menores da categoria. Na semana passada, Mançanares disse ao podcast Market Makers que os ETFs são os investimentos do futuro!
Interessante é que o lançamento ocorre em um momento de forte valorização do bitcoin, que tem sido cada vez mais incorporado às carteiras de investidores institucionais e individuais. Conforme publicação do E-Investidor, nos Estados Unidos, onde o fundo já opera, são geridos mais de US$ 1,5 bilhão em ativos. “Um dos fatores que vêm impulsionando o interesse pelo bitcoin é a adoção de políticas mais favoráveis por parte do governo americano, incluindo a proposta de criação de uma reserva estratégica da criptomoeda pelo Tesouro dos EUA”.
Para os investidores brasileiros, a tributação do ETF seguirá as mesmas regras dos ativos de renda variável, com alíquota de 15% sobre o ganho de capital em operações comuns e 20% para operações de day trade.
Saiba mais sobre o HODL11
- MarketVector Bitcoin Benchmark Rate
- Estimativa da cota (intraday): R$ 96,15
- Taxa de Administração: Taxa zero
- Patrimônio Líquido (Intraday): R$ 12.225.091,63
Destaques do Fundo
- Menores custos do mercado
- Taxa zero até julho de 2025 e 0,20% a partir de agosto de 2025.
- Liquidez garantida com spread pré-definido
- O BTG Pactual atuará como formador de mercado contratado.
- Solidez na custódia e nas operações
Principais ETFs que replicam o Ibovespa
- BOVA11 (BlackRock)
- BOVV11, (Itaú)
- BOVB11, (Bradesco)
- BOVX11, (XP Asset)
Índices de Renda Fixa – Os ETFs também contemplam o mercado de renda fixa. É uma estratégia mais recente dos gestores para atrair cada vez mais o público conservador. Na Bolsa brasileira, é possível encontrar quatro ETFs de Renda Fixa. Três deles são geridos pela Itaú:
- IMAB11: Esse ETF é uma seleção de títulos variados do Tesouro IPCA+, acompanhando o IMA-B, índice da Anbima que faz a média de desempenho desse tipo específico de título público.
- IB5M11: Esse ETF acompanha o IMA-B5+, específico para os vencimentos mais longos do IPCA+, isto é, de cinco anos ou mais.
- IRFM11: Esse ETF também é destinado ao Tesouro Direto, porém acompanha os títulos prefixados. O índice correspondente é o IRF-M P2, calculado pela Anbima, composto por títulos do Tesouro prefixados, partindo de 3 anos ou mais de vencimento.
O outro ETF de Renda Fixa listado na B3 é gerido pela Mirae Asse: FIXA11, que acompanha o desempenho de uma carteira composta por aplicações de renda fixa prefixadas seguindo o índice Standard & Poor’s (S&P) B3, refletindo o rendimento dos juros projetados pelo mercado para os próximos três anos.
Índice de Small Caps – A gestora BlackRock também disponibiliza um ETF específico para quem quer seguir o rendimento do índice BM&FBOVESPA Small Cap, que mede o desempenho das ações com baixo volume de negócio na Bolsa de Valores brasileira. O código desse ativo é SMALL11.
Índices S&P 500 – Caso você queira investir em índices renomados medidos pela Standard & Poor’s, também há dois ETFs disponíveis na B3.
- IVVB11: Esse ETF, gerido pela BlackRock, tem como referência o índice S&P 500, formado pelas 500 maiores ações dos Estados Unidos. É uma boa opção para quem quer se expor a ativos internacionais.
- SPXI11: Esse ETF, da gestora do Itaú, também busca replicar o desempenho do índice internacional S&P 500.
Outro de Criptomoedas
O HASH11 é um ETF de criptomoedas que levantou R$600 milhões em sua estreia na B3 em 26 de abril de 2021. Com uma boa aceitação e forte demanda por parte dos investidores, rapidamente o ativo HASH11 ocupou as melhores posições entre os ETFs mais negociados da Bolsa, atrás apenas de alternativas mais conhecidas como BOVA11 e SMAL11. (Fonte: XP Investimentos)