Mais de 98% dos adolescentes vacinados contra chikungunya mantiveram chikungunya. Isso foi o que mostrou os resultados do estudo de fase 3 da vacina, fruto de uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Valneva.
Os dados foram publicados na última segunda-feira (20) na revista científica The Lancet Infectious Diseases.
Vacina contra chikungunya
Os primeiros resultados, divulgados em setembro de 2024, já indicavam que o imunizante gerava anticorpos em 100% dos voluntários infectados previamente e em 98,8% daqueles sem contato anterior com o vírus, apenas 28 dias após a aplicação.
Além disso, após seis meses, a eficácia se manteve em 99,1% dos participantes.
O ensaio clínico incluiu 750 adolescentes de 12 a 17 anos que vivem em regiões endêmicas do Brasil, como São José do Rio Preto (SP), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Manaus (AM). Os dados revelaram que, mesmo um ano após a vacinação, a proteção permaneceu elevada.
Comparação com estudo em adultos
Ao mesmo tempo, os achados reforçam os resultados obtidos em um ensaio de fase 3 com 4 mil adultos nos Estados Unidos, que apontou uma resposta imunológica de 98,9% dos vacinados, mantida por pelo menos seis meses.
O que é a chikungunya?
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e do zika vírus, a chikungunya é uma infecção viral. Os sintomas caracterizam-se por febre alta, dores musculares e inchaço nas articulações, que muitas vezes debilitam o indivíduo.
Porém, nos casos mais graves, pode evoluir para complicações neurológicas, incluindo encefalite e paralisias, o que a diferencia de outras arboviroses.
Avanços recentes nas vacinas
O desenvolvimento da vacina contra a chikungunya segue uma tendência global, onde vacinas inovadoras, como a de mRNA contra o câncer desenvolvida na Rússia.
A EnteroMix tem o objetivo de destruir células malignas e ao mesmo tempo estimular o sistema imunológico a combater o câncer.