A pandemia do coronavírus afetou de maneiras distintas o setor de hortifrutigranjeiros no país. Se por um lado o impacto foi menor na comercialização destes produtos nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas), por outro o segmento das feiras foi bastante atingido. É o que mostra o estudo Aspectos do Setor Hortigranjeiro durante a Pandemia do Covid-19, no período de março a maio de 2020, divulgado nesta quinta-feira (3), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No caso dos produtores e comerciantes, diante deste novo cenário, eles recorreram a formas alternativas de comercialização. Uma delas foi a tele-entrega, por meio de aplicativos e outras plataformas de comércio eletrônico. Elas ajudaram a manter os negócios e minimizaram os efeitos da retração na demanda.
Elaborado pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), o estudo se baseou em dados apurados junto às Ceasas e também levantados pelas superintendências regionais da Conab nos estados.
Um comparativo feito no período dos cinco primeiros meses do ano mostrou que a comercialização total de hortaliças nas Ceasas caiu apenas 3% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2019. Segundo o estudo, os diferentes segmentos do grupo das hortaliças foram influenciados de maneira pontual e diferenciada pela pandemia. Se por um lado a venda destes produtos caiu em razão do fechamento de bares e restaurantes, interrupção das atividades nas unidades de ensino e paralisação das feiras livres, por outro o consumo direto deles pelas famílias aumentou. Ou seja, houve um aumento nas compras nos mercados que servem direto ao consumidor final.
Embora o impacto da pandemia não tenha sido considerado grande, em relação à comercialização nas Ceasas ele chegou a causar perdas em subgrupos específicos de hortaliças, especialmente para folhosas. Como são produtos extremamente perecíveis, a retração da demanda aliada à preferência por hortaliças passíveis de serem consumidas cozidas, ocasionaram perdas no campo.
Frutas – No caso das frutas, também não foi percebida uma queda significativa na comercialização nas Ceasas. A oferta nesses mercados, nos meses de março a maio, caiu 5% em relação a 2019 e 1% na comparação com 2018.
Com relação ao segmento varejista, este funcionou dentro da normalidade por se tratar de serviço essencial, adotando uma série de medidas sanitárias para o controle da disseminação do vírus. Já o funcionamento das feiras livres variou de estado para estado, sendo suspensas em algumas localidades e retomando o fluxo após a adoção das medidas de combate ao Covid-19. Se comparado ao momento anterior à pandemia, o fluxo de comercialização foi menor no período analisado. Com isso, os impactos foram mais sentidos junto aos produtores que tinham nestas feiras seu principal canal de comercialização.
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