Nos últimos dias, diversas pesquisas eleitorais mostraram uma redução das intenções de voto em Lula e aumento nas intenções de voto em Bolsonaro. Com isto, as empresas mais sensíveis ao plano de governo de Bolsonaro, particularmente as estatais, apresentaram bom desempenho na bolsa. Por outro lado, com a piora das intenções de voto em Lula, nomes mais sensíveis ao plano de governo petista tiveram desempenho mais fraco. A Cesta Lula, composta por empresas de varejo, educação e construção, chegou a ficar 20 pontos percentuais à frente da Cesta Bolsonaro (composta por três empresas estatais). Esta diferença caiu para zero atualmente como pode ser visto na figura abaixo.

Acreditamos que a diferença nas performances não se deve exclusivamente às eleições. Nos últimos dias o preço do petróleo subiu, o que ajudou a Petrobras, um dos três nomes da Cesta Bolsonaro. A MRV Engenharia divulgou números fracos de vendas no 3T22, o que prejudicou a Cesta Lula. Boatos sobre uma possível oferta de ações do Assaí derrubaram as cotações de ASAI3. Além disso, nos últimos dias vimos um aumento dos juros nos EUA e em menor grau no Brasil, o que pressionou nomes de menor “qualidade” (empresas com dívida alta, margens baixas) como as empresas de educação.

Mantemos nossa visão de que neste momento é melhor estratégias “binárias” (que se beneficiam de um dos dois possíveis cenários pós-eleições, mas perderiam muito no cenário alternativo). Em outubro, nossas carteiras recomendadas mantiveram pouca exposição à produtores de commodities e também pouca exposição à empresas estatais. Mantemos nossa preferência por nomes de “qualidade” neste momento em função dos juros altos e desaceleração econômica.

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