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Sabe aquele jogador vendido para a Itália, em cujos cofres do time paulista só entrou um real? E o dirigente carioca que recebia em sua conta particular dinheiro de transações do clube, com o caso indo parar em CPI? Lembra do time que colocou jogador irregular em campo, sem necessidade técnica aparente, e depois perdeu os pontos livrando, assim, um co-irmão do rebaixamento e caindo ele próprio?

Essas tretas podem estar com os dias contados. Aliás, no que depender de um grupo de pessoas interessadas em fazer do futebol um negócio próspero e transparente já são parte do passado. “Gerenciar questões ambientais, sociais e de governança (ESG) é fundamental para o esporte e, principalmente, para o futebol, grande paixão nacional”, afirma Marcelo Linguitte, um craque do time da sustentabilidade há 30 anos e cofundador da Arena ESG, organização promotora do 1º Fórum Brasileiro ESG reunido em São Paulo para discutir essa avassaladora paixão, o futebol. Uma paixão que mobiliza muita gente, dentro e fora do país, e por isso mesmo movimenta quase US$ 300 bilhões por ano (mais exatamente US$ 286 BI, como disse em setembro último, em debate na Organização Mundial do Comércio-OMC, Gianni Infantino, presidente da FIFA desde 2016, assumindo o cargo logo depois do maior escândalo da história envolvendo denúncias seriíssimas de corrupção na “casa do futebol”). E isto é só o efetivamente contabilizado. Mas sigamos…

“O futebol necessita de investimentos em sua base, em seus clubes formadores, projetos socioeducacionais, além de sua governança para serem eticamente atraentes para as marcas”, dispara, no ângulo, Fernanda Claudino, gerente geral da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) que, entre outras expertises, tem a sustentabilidade no currículo. Ela participou do painel “Transparência e Governança Corporativa Aplicadas aos Clubes de Futebol”.    

Escalado para fazer o meio de campo do Fórum, Marcelo Linguitte analisa taticamente: “Enquanto federações e clubes não entenderem que esse movimento é irreversível e promovam uma evolução no processo de gestão de suas atividades, os patrocinadores que já adotaram essa agenda terão cada vez mais relutância em apoiar o esporte”.

Para a elegante Fernanda Claudino é imperioso se ter uma boa gestão no âmbito esportivo, “o que demanda integridade e transparência”. E bate de voleio na pequena área: “Isso pode ser construído destacando-se a evolução da atribuição clara de papéis de dirigentes voluntários e profissionais na estrutura da organização, com a realização de auditorias e fiscalização, além de um programa de compliance com princípios claros que, aliado a um canal de denúncias independente, poderá oferecer proteção ao denunciante, demonstrando que os interesses particulares não se sobrepõem ao desenvolvimento da organização e de seus stakeholders”.

Enfim, se esse esporte seguir o caminho do futebol-empresa, com a efetivação das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol, permitidas por lei aprovada no Congresso, em 2021), estarão dadas as condições para a transparência e aperfeiçoamento de algo que pode movimentar ainda mais dinheiro. Oxalá, com inquestionável disciplina e lisura para se dispensar o VAR e aplicar um cartão vermelho-sangue aos picaretas de plantão.    

BOLA

Quem acompanha sabe, mas para o investidor que chega agora nesse “mundão”, e quer fazer umas contas de olho em um futuro que vai chegando, anote: somente os cinco clubes brasileiros com maior torcida (de acordo com o Ipec, instituto de pesquisas) mobilizam 50,7 % da população brasileira; ou seja, 107 milhões de corações. Se a Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco somarmos Grêmio, Cruzeiro, Inter, Santos e Atlético Mineiro teremos atingindo 69,9% da população brasileira.

PASSOS

O status ideal ainda parece um pouco distante, mas participantes deste 1º Fórum ESG saíram do Museu do Futebol, no último dia 7, com a convicção de que os primeiros passos foram dados. Logo, a estruturação de IPO´s pode ser apenas questão de tempo. Existe o produto e estão identificados os consumidores. Agora é só organizar a coisa que dá jogo pra todo mundo.  

BALANÇO

Fernanda Claudino, uma revelação e tanto para o mundo do futebol, lembra que o São Paulo Futebol Clube criou o Programa de Integridade Tricolor (PIT), que consiste num conjunto de normas e políticas para orientação de conduta da instituição e de seus funcionários e colaboradores.

A nossa camisa 10 destaca ainda o trabalho realizado pelo Clube Atlético Paranaense e o Sport Club Corinthians Paulista, publicando o Balanço Social ao final de cada exercício, ”a exemplo do que fazem as sociedades anônimas”. Há outros exemplos, certamente, como o E.C. Bahia com uma declarada política de inclusão e combate à homofobia; o Internacional com a “Corrida para Vencer o Diabetes” e por aí vai.

“Uma gestão ética e transparente, que busca a eficiência operacional, a redução de riscos e a maximização de resultados a longo prazo, ajuda a consolidar a imagem do clube no mercado, atraindo investimentos e retendo talentos”, arremata a executiva da Abrasca.

JUROS

O nível da taxa de juros no país – com a Selic a 13,75% de agosto de 22 a agosto de 23 – mexeu diretamente com a Bolsa de Valores. Com isto, o resultado da B3 no segundo semestre do ano foi R$ 1,2 bilhão de lucro líquido recorrente, representando queda de 4,3% quando comparado a igual período do ano passado.   

Com a perspectiva macroeconômica alterada após a queda de 0,50 pp da taxa Selic, o mercado à vista de ações teve volume médio diário negociado de R$ 26,9 bilhões, representando crescimento de 6,7% na comparação com o trimestre anterior.      

De acordo com a própria B3, outro destaque do trimestre foi o desempenho dos derivativos listados. O volume médio diário negociado (ADV) totalizou 6,4 milhões de contratos, 49,5% acima do segundo trimestre de 2022 e 6,3% acima do primeiro trimestre de 2023, refletindo principalmente o desempenho dos contratos de juros em reais, que apresentaram recorde histórico.

ISE

Recentemente foram abertas as inscrições para o Índice de Sustentabilidade Empresarial 2023 (ISE) e, para trazer um panorama geral do índice, mostrando sua história e evolução, a Bravo GRC, empresa de tecnologia especializada em soluções de Governança, Gestão de Riscos Corporativos e ESG, elaborou estudo sobre o ISE 2023, com apoio da B3.

O material é resultado de pesquisa realizada pela Bravo Research (braço de pesquisa da Bravo), sobre a história do ISE B3 e será consolidado como a terceira edição do Guia ESG da Bravo, com o nome “A evolução do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) e sua aplicabilidade”.

O material pode ser baixado pelo link

https://solutions.bravogrc.com/guia-esg-3?utm_source=Bravo+Research&utm_medium=Bannerrotativo&utm_campaign=Guia+ESG+lll+A+evolu%C3%A7%C3%A3o+do+%C3%ADndice+de+sustentabilidade+empresarial%28ISE+B3%29+&utm_id=Guia+ESG+lll+A+evolu%C3%A7%C3%A3o+do+%C3%ADndice+de+sustentabilidade+empresarial%28ISE+B3%29+&utm_term=Site&utm_content=BANNERSITE

CONSELHOS

Câmara aprova o PL 146/21, da deputada Tábata Amaral (PSB-SP), determinando que os Conselhos de Administração das empresas públicas reservem 30% das cadeiras para mulheres. O texto agora segue para o Senado. Para Rochana Freire, que participa de movimento pró-mulheres em Conselhos, este é “um grande passo no caminho de reposicionar mulheres, para terem mais oportunidades”. Reconhece representatividade na iniciativa, mas alerta: “A lei por si só não significa inclusão. Não adianta ter cota somente, mas um ambiente que recepcione dignamente essas mulheres”.

CASE

A Iguá, que tem estruturado o seu IPO, só esperando a janela de oportunidade, recebeu prêmio do Instituto Trata Brasil (ITB, em parceria com o Centro de Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas) na modalidade “Melhores Casos ESG”, pela certificação do Primeiro Título Verde da América Latina para Infraestrutura Hidráulica. 

O selo Climate Bonds Standard, emitido pela organização Climate Bonds Initiative, foi obtido no ano passado para a captação de recursos por meio de títulos verdes para as operações de Paranaguá (PR) e Cuiabá (MT). 

REDUÇÃO

Em uma fábrica de embalagens, a máquina de transformação de plásticos é o item que mais consome eletricidade.  Pelas estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), a conta de energia elétrica responde por cerca de 15% da despesa total das empresas do setor.

Diante da alta constante das tarifas de energia, companhias saíram atrás de fontes naturais, como alternativa. É o caso da Multipack Nordeste, por exemplo, que produz em média 7 milhões de peças por mês (entre potes para sorvetes, garrafas e galões PET para água, refrescos e produtos de limpeza), pagando 75% menos de conta de luz, após instalar a própria usina fotovoltaica na planta de Macaíba, no Rio Grande do Norte.

LÍTIO

Visando a produção de carros elétricos, empresas vêm investindo no lítio, a matéria-prima das baterias. A fim de gerar maior conhecimento sobre esta estratégica matéria-prima, aconteceu na Argentina, dias 9 e 10 últimos, o 12º Congresso Internacional de Lítio 2023. Evento contou com a participação da Gemü do Brasil, empresa alemã com sede em São José dos Pinhais (PR), que marcou presença com soluções para impulsionar o setor de mineração. 

“A região norte da Argentina é considerada uma das mais promissoras para o desenvolvimento deste recurso e nós queremos fazer parte desse processo como fornecedores de produtos tecnológicos avançados para o setor de mineração”, diz a teuto-brasileira, em nota.

ELÉTRICOS

A Hydro Paragominas (empresa norueguesa de energia e alumínio, operando em 40 países) aumentou seu processo de descarbonização e anuncia a aquisição de 10 carros elétricos para compor sua frota de veículos leves, substituindo modelos convencionais abastecidos com diesel. A ação significa uma redução de emissão de 119.658 toneladas de CO2 por ano (equivalente a 1.660 árvores plantadas em cinco anos).

O modelo tem autonomia de 198 km com carga e circula dentro da unidade, garantindo suporte sustentável às operações internas. Nos próximos 12 meses será realizado um estudo de verificação das oportunidades de substituição dos veículos operacionais por veículos elétricos.

ARTESÃOS

Entre os dias 18 e 22 deste mês acontecerá a ABCasa Fair, principal feira de negócios B2B (business-to-business) de alta decoração da América Latina, em parceria com a Suzano Papel e Celulose.

Evento, no Expo Center Norte, em São Paulo, reunirá artesãos de SP, MA, PA e MS e tem apoio da Prefeitura de Suzano e do Sebrae.

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