O ano de 2024 foi marcado por muitos eventos geopolíticos e macroeconômicos e correndo por fora, a agenda ESG tomou corpo e mostrou resiliência, conseguindo evoluir como fator importante na tomada de decisões dos investidores.

Em vista disso, a XP Investimentos destaca cinco principais tendências que devem ser centrais no próximo ano::

1. Impulso da transição energética ganha força. A necessidade da transição para fontes limpas nunca foi tão urgente, principalmente devido ao aumento contínuo nas emissões globais de CO2 relacionadas a energia e ao aumento na temperatura global. Nesse contexto, vemos um cenário mais propício para a transição energética, com investimentos em renováveis superando os em fósseis. Para 2025, esperamos uma aceleração nos investimentos, principalmente em projetos de eficiência, armazenamento e infraestrutura, com o Brasil desempenhando um papel crítico na corrida global pela descarbonização.

2. Avanço da inteligência artificial (IA) eleva a demanda por energia. À medida que a IA avança, aumentam as expectativas sobre seu potencial para auxiliar no combate às mudanças climáticas. No entanto, a rápida expansão da infraestrutura relacionada à IA, especialmente data centers, também chama a atenção dos investidores diante do potencial de impacto ambiental e ao aumento da demanda por energia. Em resposta, as principais empresas de tecnologia estão se voltando para fontes limpas para abastecer os data centers, com o Brasil bem-posicionado para se tornar um importante fornecedor. 

3. Governança como um fator (ainda mais) crítico para os acionistas. Diferentemente do observado em outros países, o Brasil carece de uma cultura robusta de ativismo acionário, com o engajamento com empresas investidas muitas vezes sendo colocado em segundo plano. No entanto, temos notado progresso, embora lento, com mais investidores assumindo um papel ativo junto a suas investidas. Olhando adiante, vemos três fatores principais impulsionando esse movimento: iniciativas globais de engajamento coletivo; mudanças regulatórias; e correlação entre desempenho financeiro e sólida governança.

4. Meio do caminho de uma década decisiva para a ação climática. Muitas empresas fizeram grandes promessas climáticas no início dos anos 2020, definindo o ano de 2030 como prazo comum, o que marca esta década como fundamental para a ação climática. Porém, embora vejamos com bons olhos a definição de objetivos, à medida que nos aproximamos da metade da década, traduzir metas em ações tangíveis continua sendo o principal desafio. Nesse sentido, é provável que 2025 seja um ano decisivo para as empresas monitorarem o quanto estão avançando, ao mesmo tempo em que, do ponto de vista dos investidores, esperamos um maior foco na busca por maneiras de responsabilizar as companhias pelos compromissos assumidos.

5. Os preparativos do Brasil para sediar a COP30. Embora toda COP seja uma oportunidade de atrair maior ambição climática, espera-se que a COP30, no Brasil, ganhe maior destaque internacionalmente. Com laços diplomáticos com os 198 estados-membros da ONU e desempenhando um papel de liderança na América Latina, como anfitrião, vemos que o Brasil está bem posicionado para destravar negociações e incentivar compromissos mais ambiciosos por parte das nações. Entre os temas centrais que devem nortear as discussões, antecipamos: (i) uso da terra e desmatamento; e (ii) biodiversidade e contabilidade do capital natural.