O script do mercado para hoje era a Super Quarta, com reuniões do FOMC (Federal Open Market Committee – Comitê Federal de Mercado Aberto, do FED) e do COPOM (Comitê de Política Monetária – do BC).
Lá, a dúvida é se a taxa básica vai subir 75 ou 100 pontos. Aqui, se o ciclo do gavião chegou ao fim ou se ainda tem uma alta de 25 pontos.
Só que nem sempre as Bolsas e futuros obedecem a roteiros predeterminados.
Como o presidente da Rússia está Putin com a situação da guerra na Ucrânia, que insiste em não obedecer ao script (ei-lo de novo) inicial, anunciou a convocação de 300 mil reservistas para reforçar seus efetivos.
Não bastasse isso, ameaçou fazer uso de seu arsenal nuclear.
Com certeza não é coincidência o fato de que hoje estão se pronunciando na Assembleia Geral das Nações Unidas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos Estados Unidos, Joe Biden, que adiou inclusive seu discurso que deveria ter sido feito ontem.
Os 300 mil convocados na Rússia são um fato. As armas nucleares, em minha opinião, um tremendo blefe. Mesmo porque, naquela parte do mundo, os ventos costumam soprar para leste e levariam a radiação para o território russo.
Quem andou se solidarizando com Putin durante esses seis meses de guerra, com certeza para poder comprar petróleo mais barato, foi Xi Jinping.
Agora o líder chinês está pedindo um cessar-fogo imediato entre as duas partes beligerantes.
Outro que se manifestou foi o presidente da Turquia, Recep Erdogan, que andou mediando encontros entre representantes russos e ucranianos. Só que desta vez ele foi bem mais objetivo. Objetivo e enfático.
Segundo Erdogan, a Rússia deve devolver todos os territórios que ocupou na Ucrânia, inclusive a península da Crimeia, subtraída em 2014. “Aos seus legítimos proprietários”, acrescentou o líder turco.
Os dois discursos na ONU (Biden e Zelensky), as ameaças de Vladimir e as reuniões do FOMC e do COPOM transformaram o dia de hoje numa Super Super Quarta-feira.
Um grande abraço,
Ivan Sant’Anna – Trader, Escritor e Colunista na Inv
