A ENGIE Brasil Energia (EGIE3) registrou receita operacional líquida de R$ 12,5 bilhões no ano de 2021, 2,3% acima do montante apurado em 2020. O Ebitda chegou a R$ 5,9 bilhões, 8,4% inferior a 2020, e o lucro líquido alcançou R$ 1.565 milhões em 2021, valor 44,1% abaixo do ano anterior, afetados em R$ 1 bilhão pelos impairments da Usina Termelétrica Pampa Sul e da controlada ENGIE Geração Solar Distribuída, além de R$ 200 milhões de perda na alienação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. Desconsiderando-se esses efeitos não recorrentes, o Ebitda ajustado foi de R$ 7,2 bilhões, aumento de 12,3% em comparação a 2020, e o lucro ajustado chegou a R$ 2,4 bilhões, queda de 11,8% em relação ao ano anterior, devido principalmente aos efeitos da inflação sobre dívidas da Companhia.

O resultado do ano foi impactado positivamente pelo registro dos efeitos das Leis 14.052/2020 e 14.182/21, que possibilitaram a repactuação do risco hidrológico e consequente recuperação de custos de GSF incorridos no passado, totalizando R$ 1,6 bilhão em 2021, sendo R$ 1,2 bilhão somente no 4T21. Há de se pontuar ainda que a participação de 32,5% na TAG resultou em contribuição de R$ 602 milhões no Ebitda da Companhia em 2021, via equivalência patrimonial.

A gestão ativa do portfólio comercial, em que se destaca a estratégia otimizada de contratação e venda, possibilitou à Companhia obter no ano maior volume de energia livre para mitigar os impactos da maior crise hídrica dos últimos 91 anos. Apesar do déficit de geração hidrelétrica nacional em 2021 ter alcançado 27%, com um PLD médio 58% acima do observado ano anterior, o resultado líquido das transações de curto prazo, em especial as realizadas na CCEE, foi de apenas R$ 35 milhões negativo no acumulado de 2021.

O preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de R$ 202,94/MWh em 2021, valor 4,9% superior ao registrado em 2020. Importante destacar que o reajuste dos contratos existentes de venda tende a neutralizar no médio prazo as despesas financeiras resultantes da atualização de dívidas da Companhia por índices inflacionários.

ENGIE Brasil Energia (EGIE3)

‘Foi um ano de consolidação da nossa atuação como plataforma de investimentos em infraestrutura em energia e de sucesso na execução da nossa estratégia. Mesmo diante dos desafios da pandemia, evoluímos com os nossos projetos em implantação, estreamos no segmento de transmissão, crescemos em geração renovável, garantimos eficiência operacional dos ativos e fizemos uma gestão de portfólio otimizada para a venda de energia, reduzindo os impactos da crise hídrica em nossos resultados’, destacou Eduardo Sattamini, Diretor-Presidente e de Relações com Investidores da ENGIE Brasil Energia.

‘Nosso foco no que é essencial ao nosso negócio, bem como a disciplina financeira para equilibrar riscos e retornos, continuam assegurando a robustez do nosso crescimento sustentável. É desta forma que trabalhamos para acelerar a transição para uma economia neutra em carbono, contribuindo também com a jornada de descarbonização dos nossos clientes e mantendo nossos compromissos históricos de atuação socioambiental junto às comunidades das quais fazemos parte’, complementa.

O Conselho de Administração aprovou a proposta de distribuição de dividendos complementares no montante de R$ 549,8 milhões (R$ 0,6738/ação) e dividendos intermediários no valor de R$ 638,7 milhões (R$ 0,7828/ação), oriundos do lucro retido em 2020. O total de proventos relativos a 2021 atingirá R$ 2.038,0 milhões (2,4978/ação), equivalente a 100% do lucro líquido ajustado de 2021 e do lucro retido destinado a reserva de lucros em 2020, levando o dividend yield a alcançar 6,2%, patamar superior ao do registrado em 2020.

Foco de crescimento em transmissão e geração renovável

De olho no futuro, a Companhia continua diversificando a sua atuação e crescendo em geração renovável. O plano de expansão, assim como de investimentos em manutenção, é suportado por uma sólida geração de caixa e prudente estratégia de funding. Em 2021, a Companhia investiu R$ 3,4 bilhões para implantação de linhas de transmissão e parques geradores de energia renovável, além de manutenção de suas operações e aquisição de novos projetos para pavimentar o seu crescimento em longo prazo.

Na área de infraestrutura de transmissão, em agosto foram energizadas as primeiras linhas e subestações do Sistema de Transmissão Gralha Azul, adiantando em 16 meses o prazo de entrega estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O projeto, que tem como objetivo possibilitar um melhor suprimento da energia de Itaipu para o estado do Paraná, alcançará ainda no primeiro trimestre de 2022 a operação comercial dos grupos e instalações que irão permitir 95% da Receita Anual Permitida.

Já em Novo Estado, que conta com 3.634 torres em circuito duplo, totalizando 1.800 km de linhas de transmissão no Pará e no Tocantins, a energização da primeira subestação ocorreu em dezembro e a expectativa é que as obras sejam finalizadas até o final de 2022, o que permitirá o escoamento da energia gerada na região Norte para outras áreas do país.

A Companhia também expandiu sua atuação em geração renovável, celebrando a operação integral de Campo Largo II, na Bahia, no mês de setembro, adicionando 361,2 MW em capacidade eólica ao portfólio. Além disso, desde o início do ano está em implantação Santo Agostinho – Fase I, no Rio Grande do Norte, que será o maior conjunto eólico da ENGIE Brasil Energia, totalizando 434 MW.

Dentre os marcos do 4T21, destaca-se também a conclusão da aquisição do projeto Assú Sol, consolidando uma carteira de 2,2 GW no pipeline de projetos em estágio avançado de desenvolvimento. ‘Seguimos buscando novas oportunidades de aquisições ou projetos greenfield para lastrear nossos planos de crescimento em regiões onde temos potencial de sinergia com nosso parque gerador e linhas de transmissão, em consonância com o plano de expansão do grupo em renováveis e infraestrutura”, destaca Sattamini.

Como eventos subsequentes, registrados em fevereiro, o Conselho de Administração aprovou a aquisição dos Conjuntos Fotovoltaicos Paracatu e Floresta, que somam 259,8 MWp de capacidade instalada, conforme relatório de recomendação de compra submetido pelo Comitê Especial Independente para Transações com Partes Relacionadas. ‘Essa aquisição está alinhada às diretrizes globais do Grupo ENGIE de descarbonização das operações, que prevê a saída das usinas a carvão e a substituição desta capacidade por ativos de geração renovável. O processo foi realizado seguindo boas práticas de governança, assegurando o necessário equilíbrio entre riscos e retornos durante a negociação’, conclui o Diretor-Presidente da Companhia.

ESG

A evolução dos objetivos não-financeiros da ENGIE Brasil Energia também é destaque de sua apresentação de resultados em 2021. Em linha com a materialidade do negócio, a Companhia alcançou 95,8% de fontes renováveis compondo o parque gerador próprio, marco histórico que é resultado do processo de descarbonização do portfólio da ENGIE no Brasil. O principal fator que contribuiu para isso, além dos investimentos em geração renovável, foi a venda do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, localizado no Sul de Santa Catarina, possibilitando uma transição gradual e justa para a economia da região e reduzindo potenciais impactos socioeconômicos locais em decorrência da descontinuidade abrupta dessas operações.

No mesmo movimento, continuam em avaliação as propostas para a venda da Usina Termelétrica Pampa Sul, no Rio Grande do Sul, com expectativa de conclusão da negociação ainda no primeiro semestre de 2022.

No âmbito social, foram R$ 18,2 milhões em investimentos, dos quais mais de R$ 7 milhões destinados ao combate da pandemia da COVID-19 nas comunidades de entorno das usinas e projetos da Companhia. Além disso, em outubro, foi divulgado o segundo edital do Programa Mulheres do Nosso Bairro, com foco em promover capacitação e geração de renda para mulheres, resultando na seleção de 33 projetos vencedores, de 27 municípios, distribuídos em 14 estados. Em novembro, também foi lançado um edital de Educação, que premiou 30 associações, escolas, professores e alunos com foco na diminuição da evasão escolar ou no desenvolvimento de novas competências e habilidades para professores e/ou alunos.

No eixo de Diversidade de Gênero, houve aumento de 5 pontos percentuais na participação de mulheres na ENGIE Brasil Energia, totalizando 24,4%. A meta é alcançar a paridade de gênero em posições de gestão até 2030. Um dos maiores desafios para isso é aumentar a atração de talentos para posições de Operação & Manutenção, o que fundamenta iniciativas que já estão em execução, entre elas um programa piloto de bolsas de capacitação em cursos para mulheres das comunidades de Umburanas (BA) e Lajes (RN), que está formando 76 profissionais para atuação em usinas de geração eólica. A Companhia também investe em ações de aceleração de carreira de colaboradoras.

As boas práticas da ENGIE Brasil Energia também garantiram premiações e reconhecimentos, dentre os quais destaca-se a 23ª posição no ranking das 100 Empresas Globais Mais Sustentáveis, da Corporate Knights, sendo uma das 3 empresas brasileiras presentes no ranking em uma pesquisa que avaliou 6,9 mil companhias de capital aberto em todo mundo.

A ENGIE Brasil Energia permanece integrando o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), do qual faz parte há 17 anos, e o Índice Carbono Eficiente (ICO2), ambos da B3. A Companhia recebeu ainda a certificação ISO 37001 – Sistema de Gestão Antissuborno. O certificado reitera a seriedade das práticas de governança corporativa e compliance adotadas.

(MR – Agência Enfoque)

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