A quarta alta consecutiva do Índice e Confiança Empresarial (ICE) sugere que o setor produtivo manteve a tendência de crescimento no segundo trimestre, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice segue em direção ao nível neutro dos 100 pontos, recuperando quase 70% das perdas ocorridas entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022. Apesar da alta no mês, o Índice de Confiança dos

Consumidores ainda oscila próximo aos 80 pontos, patamar extremamente baixo. A distância entre os indicadores é agora de 19,8 pts., a maior desde novembro de 2021 (21,5 pts.).

Pela terceira vez seguida, a alta da confiança empresarial ocorreu pela melhora tanto das percepções sobre a situação corrente quanto das expectativas. Com as altas, o ISA-E alcança a média histórica de 100 pontos, e o IE-E se aproxima ainda mais, apontando um cenário de confiança moderada entre os empresários. Há ainda cautela diante do quadro de inflação elevada e do aperto monetário dela decorrente.

Todos os setores registraram alta da confiança em junho mas, pela primeira vez em quatro meses, a alta do ICE não foi puxada pelo Setor de Serviços. Houve forte alta da confiança do Comércio, seguindo a fase de retomada após quedas expressivas entre agosto do ano passado e abril deste ano. O resultado parece ser influenciado pela liberação de recursos na economia. A terceira alta consecutiva da Indústria foi influenciada por avaliações bastante favoráveis em relação à demanda externa, principalmente dos segmentos de consumo de não duráveis e intermediários. Já a confiança dos Serviços ficou relativamente estável no mês, talvez um primeiro sinal de arrefecimento da tendência de retomada do setor iniciada em 2021.

Em junho, houve alguma melhora tanto das avaliações sobre a situação corrente quanto das expectativas dos consumidores. Mas o ICC continua muito baixo, refletindo um clima de pessimismo. O consumidor continua preocupado com a inflação e o mercado de trabalho.

Em junho, a confiança subiu tanto para consumidores de renda familiar mais baixa quanto para os de renda mais alta. Os índices dos dois grupos alcançaram 71,1 e 85,6 pontos, respectivamente. Apesar da liberação dos recursos na economia, a confiança dos consumidores continua oscilando em patamar baixo sem esboçar uma trajetória de melhora sustentável. A distância entre as duas faixas extremas de renda subiu em junho para 14,5 pts, a maior desde dezembro de 2021 (20,6 pts).

O Indicador de Incerteza do FGV IBRE subiu pela segunda vez seguida, agora em 0,5 ponto, para 116,4 pontos, mantendo-se em patamar uito elevado em termos históricos desde o início da pandemia.

Contribuem para o resultado a inflação persistente no Brasil e no mundo, as incertezas em relação ao crescimento mundial, a piora do cenário fiscal e a proximidade das eleições presidenciais. A coleta de dados para o IIE-Br ocorre entre os dias 26 do mês anterior e 25 do mês corrente.

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