O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE avançou 3,5 pontos em junho, para 79,0 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 1,4 ponto, para 77,7 pontos.

‘Apesar de disseminada por todas as faixas de renda, a alta na confiança traz em seus resultados sinais de muita heterogeneidade na percepção dos consumidores. Mesmo considerando o pacote de incentivos financeiros, a avaliação sobre a situação no momento pelos consumidores com baixa renda continua piorando enquanto suas perspectivas sobre os próximos meses continuam bastante voláteis, revelando elevada incerteza. Já consumidores com renda mais alta, percebem melhora da situação financeira e pelo segundo mês, elevam suas intenções de compras, possivelmente efeito do estímulo dado pelo Governo. Essas diferenças entre faixas são corroboradas também pelas perspectivas sobre emprego, para as faixas mais baixas de renda, o indicador se encontra abaixo do nível neutro e para as faixas mais altas supera os 100 pontos, ressaltando a dificuldade que a classe mais baixa vem enfrentando. O cenário dos próximos meses se torna difícil de se prever; considerando que a proximidade das eleições deve continuar acentuando tais diferenças’, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.

Em junho, a alta do ICC foi influenciada tanto pela melhora da situação atual como das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) melhorou 1,3 ponto para 70,4 pontos, melhor resultado desde julho de 2021 (70,9 pontos). O Índice de Expectativas (IE) avançou 4,9 pontos, para 85,9 pontos, compensando a queda do mês anterior.

Houve melhora da satisfação dos consumidores sobre o momento : o indicador que mede a percepção dos consumidores sobre a situação econômica variou 0,5 ponto para 76,7, apesar do ligeiro acréscimo ele é o melhor resultado desde agosto de 2021 (77,2 pontos). Já o que avalia a situação financeira familiar subiu 2,1 pontos para 64,7 pontos, ambos continuam em nível baixo em termos históricos.

Entre os quesitos que compõem o ICC; o que mais influenciou a alta no mês foram as perspectivas sobre a situação econômica nos próximos seis meses; cujo indicador avançou 6,5 pontos, para 103,2 pontos, maior desde dezembro de 2021 (104,1). O indicador que mede situação financeira familiar nos próximos meses após forte queda no mês de maio melhorou; ao subir 4,5 pontos para 85,8 pontos recuperou 47% das perdas do último mês.

Pelo segundo mês consecutivo, há uma melhora na intenção de compras de bens duráveis. O indicador subiu 3,1 pontos para 70,6 pontos, mas continua ainda abaixo dos níveis pré-pandemia.

A alta da confiança em junho foi disseminada em todas as faixas de renda, com variação positiva mais forte para os consumidores com nível de renda mais baixo (R$ 2.100,00 mensais), cujo ICC avançou 4,2 pontos, para 71,0 pontos. Contudo, isso representa apenas uma recuperação de 45% da queda do mês anterior.

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