A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 1,2 ponto em junho, para 97,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,5 ponto.
“O primeiro semestre de 2022 chegou ao final com o aumento da confiança da construção, corroborando a percepção de que o crescimento do ano passado se estendeu, alavancado pelos investimentos do mercado imobiliário e da infraestrutura. Na comparação interanual, o avanço é claro, com melhora de quase todos os indicadores. O destaque negativo é a piora na percepção relativa à situação corrente dos negócios, que pode ser relacionada a maiores dificuldades de acesso ao crédito e ao aumento dos custos setoriais. Já na comparação com o final do ano, a melhora da confiança não é tão significativa, o que sugere moderação no ritmo de crescimento, que sofre com os efeitos de um cenário mais desafiador enfrentado pelas empresas”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
Neste mês, a alta do ICST foi influenciada pela melhora tanto das avaliações sobre o momento quanto pelas perspectivas sobre os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 1,4 ponto, para 93,9 pontos. O resultado do ISA foi influenciado principalmente pela melhora das avaliações dos empresários sobre a situação atual dos negócios, que subiu 2,1 pontos, para 91,8 pontos. O indicador que mede carteira de contratos manteve-se relativamente estável ao variar 0,5 ponto, para 95,9 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) aumentou 0,9 ponto, para 101,2 pontos, permanecendo acima de 100 pontos (nível neutro) por três meses seguidos. Contribuiu para esse resultado o indicador da demanda prevista nos próximos três meses, que cresceu 1,0 ponto; para 103,5 pontos e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses, que variou 0,8 ponto, para 98,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção subiu 1,1 ponto percentual (p.p), para 77,1%. O Nuci de Mão de Obra e Nuci de Máquinas e Equipamento também aumentaram 0,9 e 0,7 p.p, para 78,4% e 72,3%.
O aumento dos custos
Em maio, diversos acordos coletivos ocorreram em cidades do país; o que refletiu a inflação mais elevada – o INPC em 12 meses até abril alcançou 12,47%. Assim, em junho a Sondagem da Construção captou um aumento expressivo de assinalações no quesito custo da mão de obra como limitador à melhoria dos negócios. Somando os dois quesitos – mão de obra e matéria-prima -, os custos alcançaram 50,2% das citações; se destacando como a principal limitação à expansão dos negócios pelas empresas. “De fato, nos últimos meses, os custos voltaram a acelerar refletindo os aumentos dos salários e de materiais como aço, cimento e derivados. O resultado é que a indicação de aumento nos preços praticados pelas empresas alcançou recorde da série histórica”, avaliou Ana Castelo.