Em novembro, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou o saldo de R$ 13,4 trilhões (155,3% do PIB), aumentando 1,7% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). Os empréstimos e financiamentos e os títulos de dívida variaram 1,6% e 2,0%, respectivamente. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 14,2%, prevalecendo as elevações da carteira de empréstimos do SFN e dos títulos públicos.

O crédito ampliado contratado pelas empresas atingiu R$4,6 trilhões, 54,0% do PIB, com alta de 0,7% no mês, influenciada principalmente pelo aumento de 1,3% em empréstimos e financiamentos. Comparativamente a novembro do ano passado, a variação de 12,4% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente o aumento de 31,6% em títulos e de 11,3% na carteira de empréstimos e financiamentos do SFN.

O crédito ampliado às famílias atingiu R$2,9 trilhões, equivalentes a 33,4% do PIB, com crescimentos de 1,9% no mês e de 18,9% em doze meses.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O saldo das operações de crédito do SFN alcançou R$4,6 trilhões em novembro, crescendo 1,8% no mês, com aumentos de 1,4% na carteira de pessoas jurídicas e de 2,0% na carteira de pessoas físicas. Comparativamente ao período encerrado em outubro, o crescimento nos 12 meses encerrados em novembro desacelerou de 16% para 15,6%, resultado das desacelerações no crédito a empresas (de 11,2% para 10,6%) e a famílias (de 19,8% para 19,7%).

O crédito livre para pessoas jurídicas totalizou R$1,2 trilhão, com aumentos de 2,4% no mês e de 16,7% na comparação interanual, destacando-se as modalidades de capital de giro acima de um ano, antecipação de faturas de cartão de crédito e desconto de duplicatas. O saldo do crédito livre a pessoas físicas alcançou R$1,5 trilhão, após elevações de 2,4% no mês e de 20,8% em doze meses, com aumentos em crédito pessoal e cartão de crédito.

No crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas alcançou R$688,1 bilhões em novembro, queda de 0,4% no mês e aumento de 1% na comparação interanual – este último refletindo a expansão em outros créditos direcionados, decorrente dos programas de apoio à micro, pequenas e médias empresas, em contraponto à redução nas modalidades com recursos de BNDES.

As concessões totais de crédito somaram R$445 bilhões em novembro. Na série com ajuste sazonal, ocorreu queda mensal de 0,5%, com decréscimos de 1,6% no crédito às empresas e de 0,5% no crédito às famílias. No acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2020, as concessões nominais cresceram 18,1%, com elevações de 13,3% nas operações com empresas e de 22,6% com famílias.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 18,4% a.a., elevando-se 0,4 p.p. no mês e 1,4 p.p. na comparação com novembro de 2020. No crédito livre não rotativo, o ICC situou-se em 24,1% a.a., variações de 0,4 p.p. em novembro e de 1,4 p.p. na comparação interanual. O spread geral do ICC situou-se em 12,5 p.p. (+0,2 p.p. no mês e +0,5 p.p. na comparação interanual).

A taxa média de juros das concessões de crédito de novembro alcançou 24,3% a.a., variações de 1,2 p.p. mês e de 5,7 p.p. em doze meses. O spread geral das taxas de juros das concessões situou-se em 15,6 p.p., com variações de 0,4 p.p. e 1,3 p.p., nas mesmas bases de comparação.

No crédito livre, a taxa média de juros das concessões atingiu 34,1% a.a., elevações de 1,4 p.p. mês e de 7,7 p.p. na comparação interanual. No crédito livre às empresas, a taxa média de juros situou-se em 20,3% a.a., com aumento de 1,4 p.p. no mês, destacando-se elevações em capital de giro acima de um ano (+1,4 p.p.), financiamento a exportações (+2,3 p.p.) e aquisição de veículos (+2,2 p.p.). No crédito livre a pessoas físicas, a taxa de juros aumentou 1,4 p.p., alcançando 45,2% a.a., com destaque para o aumento em aquisição de veículos (+2,7 p.p.). Excluindo-se as operações rotativas, a taxa média de juros do crédito livre alcançou 28,2% a.a., variações de +1,4 p.p. mês e +7,2 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A inadimplência total permaneceu estável em novembro, em 2,3%. No crédito livre, esse indicador registrou relativa estabilidade (+0,1 p.p., 3,1%), enquanto nas operações direcionadas permaneceu em 1,2%.

Agregados monetários

A base monetária somou R$413,3 bilhões no mês de novembro, crescimento de 4,3% no mês e decréscimo de 1,1% em doze meses. No mês, papel-moeda emitido reduziu 0,4% e as reservas bancárias aumentaram 28,7%.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, tiveram impacto contracionista as operações do Tesouro Nacional (R$33 bilhões), as operações de Redesconto e Linha Especial de Liquidez (R$9,3 bilhões), as operações com derivativos (R$3 bilhões) e os depósitos de instituições financeiras (R$20,2 bilhões, compostos por recolhimento de recursos de depósitos a prazo – R$12,6 bilhões, recebimento de depósitos voluntários a prazo – R$10 bilhões e liberação de recursos de depósitos de poupança – R$2 bilhões). Atuaram de forma expansionista as operações com títulos públicos federais (R$84 bilhões, com colocações líquidas de R$76 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$160 bilhões no mercado secundário) e as operações do setor externo (R$0,6 bilhão).

Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$600,5 bilhões no mês, expansão de 0,4% no mês, efeito da elevação dos depósitos à vista em 1,5% no mês e da diminuição do papel-moeda em poder do público em 0,7%. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 1,6% no mês.

O M2 registrou variação negativa de 0,1% no mês, totalizando R$4,2 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança recuou 0,8% no período, somando R$1,0 trilhão, após registrar resgates líquidos de R$12,4 bilhões. O saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras avançou 0,1%, totalizando R$2,5 trilhões, após captações líquidas de R$736 milhões nos depósitos a prazo. O M3 avançou 1,1% no mês, totalizando R$8,6 trilhões, refletindo o crescimento de 2,4% no saldo das quotas de fundos do mercado monetário no período, totalizando R$4,2 trilhões. O M4 cresceu 1,1% no mês, totalizando R$9,4 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 12,8%.

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