Ontem após o pregão, a empresa divulgou seu resultado do 4T19, que mostrou forte aumento das vendas e da receita, mas maiores gastos exploratórios e despesas financeiros impactaram negativamente o lucro, comparado ao mesmo período do ano anterior.

O lucro líquido da Enauta no 4T19 foi de R$ 102 milhões (R$ 0,38 por ação), 143,7% maior que no trimestre anterior, mas 18,5% abaixo do 4T18.

No 4T19, a produção no campo de Manati, foi de 4,5 milhões de m³, 6,2% menor que no mesmo trimestre de 2018. Esta redução reflete o declínio natural da produção deste campo.

No Campo de Atlanta, a produção média no 4T19 atingiu 28,5 mil barris ao dia, totalizando 1.309,5 mil barris no trimestre (parcela da Enauta). A produção média no trimestre em Atlanta ficou 128,8% maior que no 4T18. Este forte incremento refletiu o início da operação através de três poços produtores e das intervenções realizadas, destinadas a aumentar a produção. A eficiência operacional do FPSO instalado neste campo foi de 98,9% no 4T19. No entanto, a empresa está preparando uma parada para manutenção de 20 dias nos equipamentos, o que deve impactar negativamente a produção e os custos do 1T20.

É importante sempre destacar que a produção total de Manati é vendida para a Petrobras e a de Atlanta para a Shell. No caso de Manati, há ainda um contrato take or pay.

O lifting cost no campo de Atlanta no 4T19 foi de US$ 16,6 por barril. Este valor ficou 46,2% abaixo do verificado no 4T18. A queda reflete a maior produção do campo. Em relação ao trimestre anterior, o lifting cost ficou estável, mesmo com a maior taxa de afretamento.

A receita líquida da Enauta no 4T19 (R$ 404 milhões), foi 35,4% maior que no mesmo período de 2018. Isso ocorreu em função do aumento da produção em Atlanta, valorização do real e a redução do desconto do óleo pesado em relação ao Brent (37,7%). No 4T19, a receita proveniente de Atlanta representou 68% do faturamento e de Manati os restantes 32%.

Os custos operacionais cresceram expressivamente no trimestre, mas abaixo da evolução da receita, permitindo ganhos de margem operacional. Os custos operacionais totais foram de R$ 226 milhões no 4T19, valor 24,3% maior que no 4T18. Em Manati, houve um aumento 145,6% nestes custos, principalmente devido ao maior valor da depreciação. No campo de Atlanta, este item aumentou 13,7% com maiores custos de manutenção e depreciação.

Os custos exploratórios comprometeram o resultado no 4T19. O custo no trimestre foi de R$ 22 milhões, valor 150,0% maior que no ano anterior. Esta elevação ocorreu por maiores gastos com licencia mento ambiental de perfuração e com aquisição de sísmica para os blocos da Bacia SergipeAlagoas.

As despesas financeiras líquidas tiveram forte impacto no resultado do trimestre. O resultado financeiro no 4T19 foi negativo em R$ 9 milhões, contra um número positivo de R$ 20 milhões no ano anterior. Esta variação ocorreu pelas mudanças contábeis derivadas da adoção do IFRS 16 e da desvalorização cambial do fundo de abandono do campo de Manati.

Ao final de 4T19, a Enauta tinha uma excelente situação financeira, com um caixa líquido de R$ 1,7 bilhão, 11,6% menor que no 4T18, principalmente em função do pagamento de dividendos (R$ 500 milhões) durante o ano.

Nossa recomendação para ENAT3 é de Compra com Preço Justo de R$ 9,50/ação (potencial de alta em 101%). Este ano, ENAT3 caiu 39,4% e o Ibovespa teve uma desvalorização de 26,3%.

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