Empresas que têm mulheres ocupando a posição de CEO contratam mais mulheres, promovem um impacto positivo na cultura organizacional e têm êxito na desconstrução de vieses inconscientes. É o que aponta pesquisa publicada pela Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

O estudo, que foi realizado por M. Asher Lawson, professor assistente de ciências de decisão do Insead, Ashley Martin, professora assistente de comportamento organizacional da Stanford Graduate School of Business, Imrul Hudaopen, da Universidade de Chicago, e Sandra Matzopen, da Universidade de Columbia, analisou 43 mil documentos produzidos entre 2009 e 2018 por 39 empresas que compõem o índice S&P 500.

“As organizações do S&P 500 investem um bilhão de dólares a cada ano em treinamento de diversidade na tentativa de reduzir os estereótipos na mente das pessoas. Elas estão tentando mudar esses estereótipos no nível de colaboradores e gerentes para aumentar a representatividade feminina. Mas, ao nomear uma CEO mulher, você pode fazer isso de uma forma mais eficaz”, diz Ashley Martin em nota publicada pelo site da escola de negócios de Stanford.

Ao observar os momentos antes e depois de uma companhia ao contratar uma executiva como CEO, a equipe pode discernir como as empresas associavam as profissionais por meio da linguagem a determinadas características. A pesquisa mostrou que tais organizações eram mais propensas a descrever mulheres usando palavras como “eficaz”, “independente” e “determinada”, e que a nomeação delas para cargos de alto nível também ajudou a associar o gênero feminino a características essenciais para o sucesso da liderança.

“Um dos nossos principais medos era que, quando uma mulher fosse contratada como CEO, começasse a parecer mandona e dominante. Elas poderiam ser vistas como mais poderosas, mas menos simpáticas, gentis e atenciosas”, explica M. Asher Lawson. E, como observa outra pesquisadora da equipe, há um corpo robusto de literatura sobre esse tipo de reação, em que mulheres com traços tradicionalmente masculinos são percebidas negativamente.

No entanto, foi comprovado que a simpatia de CEOs e membros do conselho do gênero feminino não diminuiu depois de assumirem os cargos.

“Na minha opinião isso é fenomenal, porque você ainda mantém os elementos de feminilidade e comunidade. Sem contar que ser solidária, calorosa e gentil são qualidades que você definitivamente precisa na liderança”, diz Ashley Martin.

Além disso, a análise sugere que trazer líderes femininas para uma empresa pode levar à contratação de mais mulheres, desencadeando um ciclo virtuoso que pode ter um impacto positivo em toda a cultura da organização.

Leia o artigo da pesquisa, em inglês, na íntegra, em l1nq.com/ntYaf.

Com informações do Valor Econômico.

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