Na noite de ontem, a empresa divulgou seus resultados do 4T20 com aumento de vendas, receita e margem EBITDA. No entanto, o grande destaque do trimestre foram os enormes ganhos não recorrentes. Os principais foram o reconhecimento do crédito com a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins (R$ 647 milhões) e o ganho atuarial com a mudança no plano de saúde dos empregados (R$ 2,1 bilhões). Com isso, o resultado que já seria bom, foi muitíssimo elevado.

No 4T20, a Petrobras (BR) Distribuidora lucrou R$ 3,1 bilhões (R$ 2,70 por ação), 839,7% acima do trimestre anterior e mais de 32 vezes o número do 4T19.

O volume vendido pela BR Distribuidora no 4T20 cresceu 3,5%, sempre comparando ao mesmo trimestre do ano anterior. Este número é bom, considerando ainda o momento de retração do mercado em um segmento importante para a empresa como Aviação. As vendas foram puxadas no trimestre pelo crescimento no volume de diesel (5,7%) e gasolina (10,5%). Em termos de segmentos, a BR conseguiu elevar suas vendas nas Redes de Postos (6,1%) e Grandes Clientes (5,4%); mas em Aviação o volume ainda foi negativo (19,4%), em consequência da retração no número de voos.

Este aumento de vendas levou a ganhos de participação no mercado, revertendo uma tendência de queda que a empresa vinha sofrendo. No 4T20, o market share da BR teve elevação de 1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e 2 pp na comparação com o 4T19.

As margens no 4T20 foram beneficiadas pelas altas nos preços dos combustíveis, mas sem grandes volatilidades, o que não levou a perdas de estoques e com hedge, como nos trimestres anteriores. Os ganhos que a empresa vem conseguindo de reduzir custos e despesas persistiram no 4T20. A compra de CBIOs impactou negativamente em R$ 79 milhões (R$ 8/M³) os custos no 4T20.

O EBITDA no 4T20, desconsiderando os ganhos não recorrentes, atingiu R$ 1.048 milhões, valor 10,7% acima do mesmo período de 2019. O EBITDA por M³ no 4T20 foi de R$ 102,0, um número 6,9% acima do 4T19, refletindo o aumento nas vendas, elevação dos preços e redução dos custos e despesas.

O resultado financeiro positivo do 4T20 (R$ 261 milhões), contra um número negativo de R$ 27 milhões no 4T29, também contribuiu para o lucro.

A dívida líquida da BR Distribuidora em dezembro/2020 era de R$ 4,7 bilhões, 6,3% mais elevada que em dez/19 e 14,9% acima do trimestre anterior. A relação dívida líquida/EBITDA no 4T20 foi de 1,2x, vindo de 1,3x no 3T20 e 1,4x no 4T19.

Nossa recomendação para as ações da Petrobras Distribuidora é de Compra com Preço Justo de R$ 31,00 (potencial de alta em 61%). Este ano BRDT3 caiu 12,7% e o Ibovespa teve uma desvalorização de 6,5%. Esta ação estava cotada no último pregão (R$ 19,31) 20,6% abaixo da máxima alcançada em doze meses e 52,4% acima da mínima deste período.

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