A empresa divulgou seu Relatório de Produção e Vendas do 4T20, mostrando redução nos volumes produzidos e vendidos, em relação ao mesmo período de 2019. A redução na produção ocorreu pelo aumento das paradas programadas, que não puderam ser feitas durante os piores meses da pandemia. Em vendas, a negociação de ativos no exterior, determinou a redução destas atividades, comprometendo o total.

Esta é uma indicação negativa para os resultados da Petrobras no 4T20. Pode compensar a diminuição das vendas, a continuação da queda dos custos de extração e refino, que já vem ocorrendo nos últimos trimestres. Este resultado será divulgado no dia 24/fevereiro, após o pregão.

A produção total no 4T20 mostrou uma queda de 11,3% sempre comparando ao mesmo trimestre do ano anterior. Esta redução ocorreu pelo maior número de paradas para manutenção, que não foram executadas no 2T20 e 3T20. As principais plataformas em manutenção no período foram os FPSOs instalados no pré-sal: Cidade de Itaguaí, Cidade de Mangaratiba e Cidade de Angra dos Reis no campo de Tupi e P-74, P-75 e P-77 no campo de Búzios, além da P-58 no campo de Jubarte.

A produção no pré-sal caiu 4,4% em função das paradas programadas já citadas. Porém, o ramp-up de oito plataformas durante o ano passado, deve permitir que a produção cresça nos próximos trimestres.

No 4T20, a produção total do refino ficou em 5,9% acima do 4T19; com uma elevação de 6,0 pontos percentuais no Fator de Utilização das Refinarias. Isso ocorreu devido ao crescimento do mercado interno de derivados.

O volume total vendido pela Petrobras no 4T20 caiu 1,8%, por conta da redução das vendas internacionais (44,0%). No mercado interno de derivados ocorreu um crescimento de 2,3%, sustentado pelos fortes aumentos nas vendas de diesel (8,2%) e de óleo combustível (37,8%).

As exportações e importações caíram no 4T20. No entanto, o volume de exportações caiu menos (1,6%) que as compras do exterior (32,5%), levando a um aumento de 20,0% no saldo destas operações. A redução das exportações ocorreu pelas quedas nas vendas de derivados (52,4%) e de petróleo (4,5%). Já nas importações, as maiores contrações vieram das compras de petróleo (27,3%) e diesel (49,3%).

Nos últimos doze meses, PETR4 mostrou uma alta de 0,4% e o Ibovespa teve uma valorização de 3,9%. A cotação desta ação no último pregão (R$ 28,66) estava 9,8% abaixo da máxima alcançada em doze meses e 164,2% acima da mínima deste período.

GUIDE INVESTIMENTOS: PETROBRAS (PETR4) divulga relatório de produção e vendas do 4T20

A Petrobras registrou recordes de produção anual no 4T20, com 2,28 milhões de barris diários (MMbpb) de petróleo e LGN de 2,84 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed) de produção todas.

Além da superação de máximas históricas de produção, o trimestre foi o período do ano no qual a estatal registrou melhor desempenho operacional.

Entre outros pontos interessantes, destacamos:

• Em 2020, a produção dos campos do pré-sal foi de 1,86 MMboed, com participação de 66% na produção total, contra apenas 24% em 2015. Isso significa menores custos operacionais e petróleo de melhor qualidade;

• A produção nos campos do pré-sal no período foi 11,3% inferior ao trimestre anterior, em função do maior número de paradas programadas. Em 2020 tiveram crescimento de 21,1% em relação a 2019, devido (a) à conclusão do ramp-up e ao aumento da capacidade das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77, no campo de Búzios; (b) à conclusão do ramp-up das plataformas P-67 e P-69, no campo de Tupi; (c) ao ramp-up da plataforma P-68, que está em curso nos campos de Berbigão e Sururu; (d) além da entrada em produção da plataforma P-70, no campo de Atapu;

• A produção do pós-sal no trimestre foi inferior em 4,3% vs. o 3T20, em função das paradas para manutenção das plataformas P-18, P-20 e P-35, no campo de Marlim. Na comparação anual, tivemos uma redução de 17,3% em função do desinvestimento de 50% do campo de Tartaruga Verde e do declínio natural de produção;

• A produção de águas rasas foi de 17 Mbpd no 4T20, uma redução de 13 Mbpd quando comparado ao 3T20, decorrente dos desinvestimentos do campo de Baúna e do Polo Pampo e Enchova;

• A produção dos campos terrestres somou 97 Mbpd no 4T20, uma redução de 4 Mbpd em relação ao trimestre anterior, decorrente da venda de ativos dos Polos Ítaca, Lagoa Parda e Tucano Sul, além do declínio natural da produção. A produção de 2020 teve uma redução de 15,3% em relação a 2019, devido, principalmente, aos desinvestimentos e ao declínio natural da produção;

• A produção média de óleo, LGN e gás natural no 4T20 foi de 2,68 MMboed, 9,1% abaixo do trimestre anterior, em função da retomada de grande parte das paradas programadas que não puderam ser efetuadas no 2T20 e no 3T20 devido à pandemia;

• Em 2020, houve aumento de 2,4% na produção total e 1,2% na produção comercial, estando o volume em linha com a projeção divulgada no Relatório de Produção e Vendas do 3T20;

• No 4T20, assinaram contrato de venda da totalidade de sua participação em 27 campos de terra e águas rasas, localizados nas Bacias do Recôncavo e de Sergipe-Alagoas. Ao mesmo tempo, finalizaram a venda das participações nos Polos de Baúna (Bacia de Santos) e Tucano Sul (Bacia do Tucano), que produziram 14,2 Mboed em 2020;

• O volume de vendas foi ligeiramente maior que do 3T20. Não houve redução nas vendas totais de derivados como usualmente ocorre entre os dois trimestres devido ao aumento das vendas de diesel; além de maiores volumes de venda de QAV e óleo combustível, que se elevaram 79% e 55% respectivamente no 4T20;

• O volume de vendas foi ligeiramente maior t/t. Não houve redução nas vendas totais de derivados como usualmente ocorre entre os dois trimestres devido ao aumento das vendas de diesel, além de maiores volumes de venda de QAV e óleo combustível, que se elevaram 79% e 55% respectivamente no 4T20. Ainda assim, com queda de 5,1% no volume de vendas a/a;

• A exportação líquida caiu 22,8 % em relação ao 3T20 em função da redução nas exportações e do aumento nas importações. Em 2020, houve aumento da exportação líquida de 95,0% em relação a 2019, em função do aumento das exportações e da queda nas importações, como resultado da forte retração de mercado durante a pandemia, principalmente no 2T20, com o direcionamento dos nossos esforços para exportação de petróleo e derivados. A exportação de petróleo em 2020 alcançou recorde anual de 713 Mbpd, 33% acima de 2019.

Impacto: Marginalmente Positivo. A companhia teve um bom desempenho operacional no trimestre, mas ainda teve resultados impactados pelas paradas programadas, devido a pandemia. A produção de óleo sofreu queda de 9,1% vs. 3T20, enquanto taxa de utilização das refinarias e a venda de produtos de óleo no Brasil se mantiveram estáveis em comparação ao mesmo período, e ainda levemente abaixo de 2019, por conta da imposição de medidas de restrição, que impactaram diretamente a mobilidade. Ainda assim, destacamos que a companhia conseguiu desempenhar bem ao longo do ano, mesmo diante das adversidades enfrentadas pelo setor. A exportação de petróleo no exercício alcançou recorde e ainda assinaram contrato de vendada totalidade de sua participação em 27 campos de terra e águas rasas.

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