A companhia paraguaia Paracel, controlada pelo grupo Zapag, está à procura de um sócio para seu projeto de celulose, que atualmente conta com mais de 100 mil hectares plantados de eucalipto. A Suzano (SUZB3) e a Bracell — pertencente à RGE (Royal Golden Eagle), de Cingapura — chegaram a avaliar os ativos. As informações foram obtidas com exclusividade pelo Valor por fontes próximas ao assunto.
De acordo com essas fontes, o grupo paraguaio estaria disposto a vender 51% do negócio. A operação está sendo assessorada pelo banco Rabobank, especializado em agronegócio. Quando procurado, o banco não retornou os pedidos de entrevista.
O projeto como um todo é avaliado em US$ 4 bilhões, incluindo a indústria, mas pessoas próximas ao setor consideram a operação de difícil execução.
O principal acionista da companhia, o grupo Zapag, é uma empresa familiar paraguaia com atuação em diversos setores, como imobiliário, distribuição de combustíveis, produção de etanol e logística fluvial. Além disso, também são associados ao projeto os grupos austríaco Heinzel e sueco Girindus.
Fábrica da Paracel tem capacidade de produção projetada de 1,8 mi de toneladas por ano
Com capacidade de produção projetada em 1,8 milhão de toneladas por ano, a fábrica da Paracel deve produzir dois tipos de celulose: kraft de eucalipto, comumente usada na fabricação de papéis, e celulose solúvel, mais utilizada na produção de viscose, alimentos e remédios, conforme a pureza.
Contudo, a execução do projeto, oficialmente anunciada em 2021 e desenvolvida desde 2018, tem enfrentado dificuldades para levantar os recursos necessários. Segundo outra fonte próxima à operação, a venda de uma fatia da Paracel voltou à pauta no último trimestre de 2024 e também conta com o apoio do governo paraguaio.
Ainda não há mais detalhes sobre o processo de venda, o que não permite avaliar se ele será bem-sucedido. Uma das fontes informou que alguns potenciais compradores foram sondados, incluindo a APP (Asia Pulp & Paper), controlada pela família de Jackson Wijaya, proprietário da Paper Excellence, mas que esses investidores não demonstraram forte interesse até o momento.
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