A empresa divulgou na manhã de ontem um ótimo resultado do 4T20, com crescimento nas vendas, nos preços, margens e no lucro. O lucro líquido da Gerdau no 4T20 foi de R$ 1,2 bilhão (R$ 0,70 por ação), 51,2% acima do trimestre anterior e mais de dezenove vezes o resultado verificado no 4T19.
No 4T20, as vendas consolidadas da Gerdau somaram 3,2 milhões de toneladas, com crescimento de 4,5%, sempre comparando ao mesmo período de 2019. Os destaques no trimestre foram os bons desempenhos em todas as unidades.
Na operação de negócios do Brasil o resultado do 4T20 foi muito bom. O volume vendido cresceu 5,0%, com aumento de 22,1% nos embarques para o mercado interno e redução de 60,6% nas exportações. Esta concentração de vendas no Brasil e melhores preços aqui levaram a um salto 42,6% na receita (R$ 5,8 bilhões). Tudo isso permitiu fortes incrementos nas margens bruta (22,8 pontos percentuais) e na EBITDA (17,6 pp). O EBITDA do trimestre no Brasil atingiu R$ 1,8 bilhão, 232,1% maior que no 4T19.
As operações na América do Norte também tiveram um bom resultado. As vendas nesta unidade foram de 1,2 milhão de toneladas, 11,0% acima do 4T19. A elevação do volume vendido, os preços altos e a desvalorização do real, determinaram um aumento de 49,0% na receita quando expressa na moeda nacional. As maiores vendas e preços permitiram uma elevação de 124,7% no lucro bruto e 112,9% no EBITDA, com ganho de 3,4 pp nesta margem. O EBITDA no trimestre foi de R$ 562 milhões, contra R$ 264 milhões no 4T19.
O volume vendido na América do Sul cresceu 20,8%, que ajudado pelo aumento dos preços e da taxa de câmbio; levou a um bom resultado no 4T20. A receita desta unidade aumentou 46,0% e o EBITDA teve aumento de 148,1%, chegando a R$ 352 milhões.
Diferente dos últimos trimestres, o segmento de aços especiais apresentou um resultado forte. O volume de vendas aumentou 18,7% um número não tão elevado quanto dos outros negócios da Gerdau, mas já mostrando recuperação nas vendas para o mercado brasileiro assim como nos Estados Unidos. Vendas e preços melhores, somado à maior diluição de custos fixos; permitiu uma elevação de nove vezes no lucro e um aumento de 171,9% no EBITDA que atingiu R$ 222 milhões.
Com o bom desempenho de todas as unidades de negócios, o EBITDA consolidado foi de R$ 3,1 bilhões, 168,5% maior que no mesmo período de 2019, com ganho de 10,5 pp nesta margem.
No 4T20, os custos financeiros tiveram impacto negativo no lucro. O resultado financeiro líquido negativo somou R$ 834 milhões, maior em 206,9% que no 4T19. Isso foi decorrência de expressivas despesas para a recompra de bonds (R$ 239 milhões) e também de elevados custos com variação cambial (R$ 270 milhões).
A dívida líquida consolidada da Gerdau ao final do 4T20 era de R$ 9,9 bilhões, 20,1% menor que no trimestre anterior; mas 1,1% maior que no 4T19. No 4T20, a relação dívida líquida/EBITDA era de 1,2x, vindo de 2,1x no 3T20 e 1,7x no mesmo período de 2019.
Em 2021, as ações preferenciais da Gerdau já subiram 11,0%, mas o Ibovespa teve uma desvalorização de 2,8%. A cotação de GGBR4 no último pregão (R$ 27,14) estava 9,5% abaixo da máxima alcançada nos últimos doze meses e 236,7% acima da mínima do período.