A empresa divulgou três comunicados importantes, acerca do incêndio no porto de Ponta da Madeira (PDM); a falta de acordo para uma reparação de danos sobre o acidente de Brumadinho e o retorno à produção da pelotizadora instalada em Vargem Grande (MG).

No primeiro comunicado, a Vale informou que o incêndio ocorrido na semana passada em um dos carregadores de navio do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira em São Luís – (MA), não teve vítimas ou danos ambientais. A outra boa notícia é de que não haverá atrasos nos embarques de minério a partir deste porto. Isso vai ocorrer devido à sazonalidade na região pelo atual período chuvoso e de uma produção de minério de ferro no Sistema Norte abaixo da capacidade de embarque do porto. Os reparos no porto serão finalizados ainda no primeiro semestre deste ano.

O PDM tem uma capacidade nominal de embarcar 230 milhões de toneladas ao ano, contando com um total de três píeres; cinco berços e oito carregadores de navios.

A Vale informou também que em audiência realizada ontem, não houve acordo com o Estado de Minas Gerais e várias instancias de justiça; referente aos valores de benefícios para as populações de Brumadinho e outros municípios impactados ao longo do rio Paraopeba pelo acidente ocorrido em janeiro de 2019.

Segundo o secretário-geral do Estado de Minas Gerais, citado pela imprensa; a proposta da Vale é de R$ 21 milhões e o pedido do governo e órgãos de justiça para a reparação por danos materiais e morais é de R$ 54,6 bilhões.

Finalmente, a empresa informou que retomou na quarta-feira (22/janeiro) a produção de pelotas em Vargem Grande (MG), que estava paralisada desde fevereiro de 2019. Esta unidade tem uma capacidade nominal de 7 milhões de toneladas ao ano, devendo produzir este ano entre 4-5 milhões de toneladas.

Vemos os comunicados como positivos, sendo que o acordo em Minas Gerais está bem encaminhado e o mercado já “digeriu” que a empresa terá outra perda elevada ainda relacionada com Brumadinho.

Nos últimos doze meses, as ações da Vale subiram 73,6% e o Ibovespa teve uma valorização de 1,1%. A cotação de VALE3 no último pregão (R$ 93,36) estava 9,7% abaixo da máxima alcançada nos últimos doze meses e 19,7% acima da mínima do período.

GUIDE INVESTIMENTOS: VALE (VALE3): Acordo sobre Brumadinho com governo de Minas Gerais não ocorre

A Vale se reuniu novamente com o governo de Minas Gerais para discutir sobre a indenização relativa aos impactos gerados pelo desastre de Brumadinho, mas não chegaram a nenhum acordo.

A tragédia completou dois anos ontem (25/01). O rompimento da barragem em 2019 matou 270 pessoas, das quais 11 continuam desaparecidas; e deixou um rastro de destruição ao longo do rio Paraopeba, com efeitos socioeconômicos e ambientais em toda a região.

A expectativa de um acordo entre a Vale e as diversas instâncias governamentais, incluindo instituições federais e do Estado de Minas Gerais; vinham sendo alimentadas publicamente pelo governo de Romeu Zema (Novo).

A falta de acordo não é considerada boa pelo mercado, já que a Vale deve seguir fazendo reparações, mas não vai concluir este episódio; que ainda pode colocar a mineradora em uma batalha judicial que demoraria anos para ter um desfecho hoje incerto, sobretudo no montante.

Do outro lado, ainda temos o estado de Minas que se encontra com dificuldades financeiras e conta com os recursos das reparações de Brumadinho para fazer obras de infraestrutura.

Impacto: Negativo. A Vale, sem ter chegado a um acordo com o estado de Minas Gerais, sugere ao mercado um aumento do risco no investimento. Isto porque a companhia pode ainda ser colocada em uma batalha judicial que demoraria anos para ter um desfecho hoje incerto, sobretudo no montante.

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