As empresas brasileiras emitiram R$ 26,2 bilhões no mercado de capitais em fevereiro, o que representa aumento de 23% em relação a janeiro. De acordo com dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o volume consolidado nos dois primeiros meses do ano foi de R$ 47,5 bilhões, valor 25,4% menor que no mesmo intervalo do ano passado, quando foram obtidos R$ 63,7 bilhões – vale lembrar que fevereiro de 2020 a distribuição secundária de ações da Petrobras, de R$ 22 bilhões, inflou o resultado.
As emissões de debêntures se destacaram no último mês, com R$ 12,7 milhões, o que representa 48,3% do volume total — mais que o dobro da parcela de janeiro (de R$ 4 bilhões). Ao contrário dos meses anteriores, a maior parte dos recursos captados em fevereiro (36,9%) foi para projetos de infraestrutura. No mesmo período do ano passado, essa alocação representava 12,5% do volume de ofertas. “O resultado teve contribuição das 11 ofertas registradas no âmbito da Lei 12.431, ou seja, aquelas destinadas ao financiamento de infraestrutura, que proporcionam isenção de imposto de renda para pessoas físicas”, explica José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA.
Capitais
As operações de renda variável vieram na sequência, com 33,4% do volume captado em fevereiro, totalizando R$ 8,8 bilhões. Do montante, R$ 6,3 bilhões foram operações de follow-ons (ofertas subsequentes de ações) e R$ 2,5 bilhões de IPOs (ofertas iniciais de ações). “Os fundos de investimento continuam demonstrando maior apetite pelas ações. Eles ficaram com mais da metade das ofertas de fevereiro (54%)”, completa Laloni. Além dos fundos, os investidores estrangeiros também foram responsáveis pela subscrição dos papéis de renda variável, com participação de 30% do volume total. Para os próximos meses, 11 IPOs estão precificados, aguardando a publicação do comunicado de encerramento, com potencial de movimentar R$ 16,7 bilhões, e 48 novas ofertas iniciais estão em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Considerados produtos híbridos entre renda fixa e variável, os fundos imobiliários registraram em fevereiro volume de R$ 1,3 bilhão, 80,2% abaixo de janeiro. No ano, acumulam um total emitido de R$ 7,6 bilhões, 6,6% acima do registrado no mesmo período em 2020.
No mercado externo, as captações das companhias brasileiras totalizaram US$ 1,4 bilhão em fevereiro, contra US$ 5,2 bilhões em janeiro, todas originadas de operações de renda fixa. O total de investimentos externos neste ano é de US$ 6,6 bilhões, abaixo dos US$ 9,5 bilhões do primeiro bimestre do ano passado.
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