A Embraer apresentou prejuízo líquido de R$ 1,68 bilhão no 2T20, contra um lucro líquido de R$ 26,2 milhões no 2T19 e no acumulado do 1S20 o resultado líquido ficou negativo em R$ 2,96 bilhões, contra uma perda de R$ 134,7 milhões no mesmo período de 2019.
Entregas de aeronaves:
A Embraer entregou quatro aeronaves comerciais e 13 executivas (nove jatos leves e quatro grandes), totalizando 17 aeronaves no 2T20. No 2T19, as entregas somaram 26 aeronaves comerciais e 25 executivas (19 jatos leves e seis grandes). No acumulado do 1S20, a Companhia entregou nove jatos comerciais e 22 executivos (14 leves e oito grandes); comparado aos 37 jatos comerciais e 36 executivos (27 leves e nove grandes) entregues durante o 1S19.
As entregas de aeronaves foram negativamente impactadas pela pausa no início do ano devido à separação dos negócios de Aviação Comercial e de seus serviços relacionados para a parceria estratégica, agora encerrada, com a The Boeing Company e também pela pandemia da Covid-19.
Receita líquida – No 2T20, a receita líquida teve queda de 47% em relação ao 2T19 e ficou em R$ 2,86 bilhões, em função das quedas nas entregas da Aviação Executiva e especialmente da Aviação Comercial e com uma menor queda na receita dos negócios de Aviação Executiva, Defesa & Segurança e de Serviços & Suporte.
No 1S20, a receita líquida consolidada da Companhia foi de R$ 5,74 bilhões, bem abaixo dos R$ 8,52 bilhões reportados no 1S19. Na comparação entre os semestres, todos os segmentos de negócio tiveram queda de receita; sendo que a maior queda ocorreu na Aviação Comercial e seus serviços relacionados que contribuíram com quase 75% da queda na receita líquida da Companhia.
A margem bruta consolidada da Companhia caiu de 14,4% no 2T19 para 3,1% no 2T20.
• Essa queda se deu em todos os segmentos de negócio da Companhia, embora concentrada principalmente nos segmentos de Aviação Comercial (menor impacto das entregas nos custos fixos) e de Defesa & Segurança (mix de contratos menos favorável e revisões negativas da base de custos nos contratos do KC-390). Além disso, durante o 2T20, a Companhia registrou despesas de R$ 151,1 milhões em excesso de capacidade ociosa relacionada à pandemia da Covid-19; o que impactou negativamente a margem bruta no período.
No 1S20, a margem bruta consolidada da Companhia foi de 16,1% em comparação aos 16,4% no 1S19 e apresentou melhoria nos segmentos de Aviação Executiva e de Defesa & Segurança, parcialmente compensada pela queda nos segmentos de Aviação Comercial e de Serviços & Suporte.
No final do 2T20, o endividamento da Embraer teve crescimento de R$ 881,9 milhões em relação ao final do 1T20 e totalizou R$ 20,8 bilhões.
• A dívida de longo prazo totalizou R$ 18,2 bilhões, enquanto a dívida de curto prazo foi de R$ 2,58 bilhões;
• Considerando o perfil atual da dívida, o prazo médio de endividamento é de 3,8 anos;
• O custo da dívida em Dólar, ao final do 1T20 ficou em 4,89% a.a., pouco acima dos 4,77% a.a. do final de 1T20;
• O custo da dívida em Reais caiu para 0,85% a.a. em comparação ao 1,18% do final do 1T20;
• A dívida liquida fechou junho em R$ 9,6 bilhões contra R$ 6,9 bilhões em março/20;
• A relação do EBITDA nos últimos 12 meses versus as despesas sobre os juros caiu de 0,5 no final do 1T20 para -1,3 no 2T20. Ao final do 2T20, 0,7% da dívida total eram denominadas em Reais.
A ação EMBR3 encerrou ontem cotada a R$ 7,47% com desvalorização de 62,1% no ano.