A Economatica consolidou os lucros reportados pelos quatro maiores bancos listados na bolsa de valores brasileira nos últimos 15 anos: Bradesco, Banco do Brasil, Itau Unibanco e Santander. O estudo compreende os anos de 2008 a 2022 e considera o resultado reportado pelos bancos no padrão contábil Legislação Societária.
Lucros e Dividendos |
Para fins de comparação, esse montante é quase o valor de mercado que a Eletrobras (R$ 97,2 bilhões) tinha no final de 2022, quando ela foi a 10ª empresa mais valiosa da bolsa brasileira.
Juntos, Bradesco, Banco do Brasil, Itau Unibanco e Santander pagaram R$ 27,7 bilhões em dividendos aos seus clientes. Isso já é mais do que a soma do lucro dos quatro bancos em 2008 (R$ 25,8 bi). Ao longo desse período, há uma clara tendência de crescimento dos lucros em valores nominais (sem considerar ajuste por inflação). Já os dividendos têm menor velocidade de crescimento, especialmente nos últimos 3 anos. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) Os quatro grandes bancos terminaram o ano de 2022 com um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) mediano de 17,1%. O maior ROE foi do Banco do Brasil (21,8%), seguido por Itau Unibanco (18,6%), Santander (15,6%) e Bradesco (13,8%). Nos últimos 3 anos, o Banco do Brasil conseguiu elevar seu ROE de 12,1% para 21,8%. Ele é o banco que tem a maior mediana de ROE nos 15 anos (19,6%), seguido por Itau (19,0%), Bradesco (17,7%) e Santander (9,7%). |
O destaque negativo é o Bradesco, em tendência de redução, saindo de um ROE de 23,5% em 2008, chegando a 13,8% em 2022.
Para comparação foi calculada a mediana do ROE dos outros 19 bancos com dados disponíveis nesse período (excluindo-se Itaúsa por ser a controladora do Itau). Os quatro bancos continuam com mediana de retorno superior aos outros 19 bancos. A mediana dos 15 anos foi de 18,5%, contra 12,3% dos demais bancos. Porém, nota-se pelas linhas de tendência que essa diferença tem diminuído com o tempo. Dividend Yield (DY) Nos últimos 3 anos, o Banco do Brasil conseguiu elevar seu DY de 2,8% para 14,4%. Ele é o banco que tem a maior mediana de DY nos 15 anos (6,2%), seguido por Santander (5,6%), Bradesco (4,0%) e Itau (3,5%). |
O destaque negativo é o Bradesco, em tendência de redução, saindo de um DY de 7,5% em 2016, chegando a 2,4% em 2022.
Os quatro bancos possuem mediana de DY inferior aos outros 19 bancos com dados disponíveis para análise. A mediana dos 15 anos foi de 4,6%, contra 6,0% dos demais bancos. Mas nota-se que há uma tendência de convergência dessas medianas. Receita de Intermediação Financeira e PDD É possível observar que houve um período de crescimento de 2008 até 2016, depois houve um período de retração dessa receita. |
A Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) chegou a R$ 108,6 bilhões. Em relação a 2021, houve um crescimento de 68,1%, proporção maior que o crescimento da Receita.
Ativo Total O Ativo Total dos grandes bancos chegou a R$ 7,3 trilhões. Nos últimos 15 anos há um crescimento constante em todos os anos, com o maior salto sendo observado entre 2019 e 2020, quando houve um crescimento superior a R$ 1,0 trilhão. O crescimento do Ativo em relação a 2021 foi de 9,1%. O montante atual é cerca de 3,76x maior que aquele registrado em 2008. |
Valor de Mercado Ao longo dos últimos 15 anos, o valor de mercado dos quatro principais bancos listados na bolsa brasileira teve três momentos distintos. Entre 2009 e 2015 os valores se mantiveram perto de uma estabilidade. Entre 2015 e 2019 foi um período de valorização generalizada. E entre 2019 e 2022 houve perda de valor nos quatro bancos. |
Ao final de 2022, o banco com maior valor de mercado foi o Itau Unibanco, valendo R$ 229,4 bilhões. Ele foi o banco mais valioso em todo o período analisado, chegando ao valor de R$ 336,3 bilhões em 2019.
A segunda posição é do Bradesco, com valor de R$ 152,3 bilhões. A terceira posição teve uma disputa entre Santander e Banco do Brasil, sendo o Santander aquele mais valioso no final de 2022, com R$ 104,9 bilhões. O Banco do Brasil terminou o ano com valor de R$ 99,1 bilhões. |
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