Dezessete fundações de previdência privada possuem gestão própria e, portanto, fundos registrados na CVM. Este levantamento considera a posição de 152 fundos sob gestão das fundações listadas abaixo. As posições das fundações que estão sob gestão e que não são via fundos 555 não fazem parte da amostra.
O levantamento considera somente as alocações das fundações conforme carteiras disponibilizadas a CVM mensalmente.
As fundações com gestão própria AUM e captação líquida em 2021
Para os fundos das fundações, determinamos o percentual que é alocado em fundos da mesma gestora com base nas carteiras publicadas por elas na CVM. Este percentual é multiplicado pelo valor captado pelo fundo e, então, a parcela que é do mesmo gestor é descartada do total captado.
Exemplo:
O Fundo A da gestora W tem 40% alocado em fundos da gestora W.
O Fundo A captou R$ 100,00, porém, como 40% do PL do fundo está alocado em fundos da mesma gestora, o valor que foi efetivamente captado pelo Fundo A é de R$ 60,00, já que os outros R$ 40,00 estão considerados nos demais fundos da gestora.
Esta metodologia permite calcular a captação do fundo ou o AUM da gestora de forma mais precisa, já que minimizamos a dupla contagem gerada por fundos de uma mesma gestora. Para o cálculo do AUM seguimos a mesma metodologia.
Consideramos no levantamento a última posição das carteiras abertas de todos os fundos 555. A carteira aberta pode estar entre os meses de setembro, outubro, novembro ou dezembro, dependendo da abertura e enquadramento na normativa da CVM que permite esconder as carteiras. Veja a regulamentação no link a seguir.
http://conteudo.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/oficios-circulares/sin/anexos/oc-sin-0310.pdf
A lista é liderada pela Funcef que no final de 2021 tem AUM de R$ 65,2 bilhões e captação líquida negativa de R$ 1,32 bilhões.
A segunda gestora por AUM é a Petros com R$ 38,3 bilhões e R$ 10,3 bilhões de captação líquida em 2021.
O volume total de AUM das dezessete fundações é de R$ 211,5 bilhões. A Funcef concentra 30,83% do total.
A carteira consolidada das fundações
Na tabela abaixo consolidamos as carteiras de todas as fundações como se fossem uma única.
O cálculo até o mês de setembro é efetuado sem dupla contagem e exclui os fundos de fundos dentro da mesma gestora. Nos meses de outubro, novembro e dezembro os valores de alocação em fundos ficam majorados, porque as posições em fundos se encontram escondidas conforme regulamentação CVM comentada anteriormente, o que causa uma dupla contagem e um pico de AUM total.
Desconsiderando a posição em fundos, em dezembro podemos verificar que o principal ativo das carteiras das fundações é em títulos púbicos com alocação de R$ 115,1 bilhões. Nos últimos três meses a posição em títulos públicos está relativamente estável.
A segunda posição mais representativa é de operações compromissadas que em dezembro acumula R$ 26,7 bilhões.
A alocação em renda variável está dividida em quatro categorias que em dezembro concentram R$ 32,6 bilhões divididos em ações com R$ 21,5 bilhões, empréstimo de ativos (aluguel) R$ 8,53 bilhões, certificados ou recibos de deposito de valores mobiliários (UNITS) R$ 1,31 bilhão e BDR´s R$ 1,27 bilhão. Se somados teriam a segunda maior alocação da amostra.
Os depósitos a prazo concentram R$ 8,39 bilhões e as debêntures R$ 1,76 bilhão.
A alocação em ações em dezembro de 2021 é 25% inferior à posição do mês de janeiro do mesmo ano, já o aluguel de ativos registra crescimento de 51% no mesmo período.
Os títulos públicos e operações compromissadas mais alocadas
Na tabela abaixo listamos todas as posições com mais de R$ 1 bilhão no mês de dezembro.
A lista é liderada pelo título público NTN-C com vencimento em 01/2031 com R$ 19,5 bilhões, seguido pelas operações compromissadas LFT com vencimento em 03/27 com 17,3 bilhões.
Dezesseis instrumentos têm mais de R$ 1 bilhão alocado em TP´s ou OC´s.
O volume total alocado em dezembro em títulos públicos é de R$ 115,1 bilhões e em OC´s de R$ 26,7 bilhões, totalizando R$ 141,9 bilhões nos dois instrumentos.
Ativos de renda variável mais alocadas
Na tabela abaixo listamos os 20 ativos de renda variável mais alocados no mês de setembro, visto que algumas das carteiras escondem as suas posições nos últimos 3 meses.
A ação ordinária da Vale (VALE3) tem a maior alocação com R$ 7,33 bilhões, seguida pelo aluguel do Ishares Bova Ci com R$ 2,56 bilhões.
O BDR mais alocado é o iShares Global Healthcare na décima nona posição com R$ 478 milhões.
O volume total alocado em ativos de renda variável no mês de dezembro (considerando inclusive as posições escondidas) é de R$ 32,6 bilhões, valor -8,4% inferior ao do mês de janeiro de 2021.
Perfil de fundos alocados pelas fundações com gestão própria
A posição 100% aberta é a do mês de setembro de 2021, já que os gestores podem esconder as carteiras nos últimos 3 meses como já indicado anteriormente.
Dos R$ 23,2 bilhões alocados em fundos no mês de setembro de 2021, R$ 4,09 bilhões estão em fundos multimercado livre, R$ 4,02 bilhões em fundos de ações índice ativo e os fundos multimercado macro com R$ 2,68 bilhões fecham os TOP 3.
As fundações alocam seus recursos em fundos de 29 classificações da ANBIMA.
Gestores com maior posição nos fundos de fundações com gestão própria
No ano de 2021 as fundações alocaram seus recursos em 103 gestores. Na tabela abaixo apontamos os gestores com maior posição no mês de setembro, já que as posições nos últimos três meses podem estar escondidas.
A gestora com maior posição é a BB Gestão de Recursos Dtvm S.A com R$ 1,49 bilhão, seguida pela Blackrock Brasil Gestora de Investimentos Ltda com R$ 1,17 bilhão e a Xp Allocation Asset Management Ltda. fecha o TOP 3 com R$ 1,07 bilhão.
Podemos verificar que Investidor Profissional Gestão de Recursos Ltda e Franklin Templeton Investimentos (Brasil) Ltda começaram a ter fundos comprados a partir de agosto de 2021. Em 2021 outras 21 gestoras também começaram a constar da lista de fundos adquiridos por fundações.
Os fundos mais adquiridos pelas fundações com gestão própria
A tabela abaixo traz a lista dos 25 fundos mais adquiridos pelas fundações no mês de setembro de 2021. Em 2021, 245 fundos foram alocados pelas fundações com gestão própria.
A lista é liderada pelo Ishares Ibovespa Fundo de Índice que em setembro concentrava R$ 1,14 bilhão, seguido pelo fundo FIA Ip Seleção da Investidor Profissional Gestão Recursos Ltda com R$ 892,7 milhões; o fundo Fp Franklin Templeton Total Return FIA da Franklin Templeton Inv. (BR) Ltda fecha o TOP 3 com R$ 658,9 milhões.
Na lista temos 10 fundos multimercado, nove de ações, quatro de renda fixa e dois de fundos de índices ETF.
BB Gestão de Recursos Dtvm S.A e Xp Allocation Asset Manag Ltda. têm dois fundos entre os 25 mais alocados, todos os demais gestores do TOP 25 tem um único fundo.
O fundo com melhor rentabilidade em 2021 entre os TOP 25 é o BB Mult Global Select Equity Ie FI com valorização de 32,35% e o fundo Velt Aloisio FIA vai na contramão com recuo de -20,57%.
Dezesseis fundos têm rentabilidade positiva e nove rentabilidade negativa.
Três fundos multimercado têm taxa de administração de 2%, que é a maior taxa, entre os TOP 25. Já três fundos de Renda fixa têm a menor taxa de administração com 0,0295%.
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