No próximo sábado (1º), deputados e senadores irão eleger os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, cargos que definirão os rumos do Legislativo no biênio 2025-2027.
As sessões serão realizadas de forma separada, com votação secreta: no Senado, às 10h; na Câmara, às 16h. Os favoritos são Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), que reúnem amplos apoios políticos.
Candidatos à Presidência do Senado
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
Senador pelo Amapá, Davi Alcolumbre busca retornar ao comando do Senado, cargo que ocupou entre 2019 e 2021.
Conhecido por sua habilidade política, ele foi um dos principais articuladores da eleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e tem forte influência na distribuição de emendas parlamentares.
Alcolumbre tem apoio de nove dos 12 partidos representados no Senado, além de três senadores do Podemos, o que lhe garante um amplo favoritismo.
Sua eleição é vista como praticamente certa, pois conta com apoio tanto da base governista quanto da oposição. Em sua campanha, ele promete moderação e equilíbrio entre os interesses do Executivo e do Legislativo.
No entanto, enfrenta desafios como a pressão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as regras de distribuição de emendas, um dos pilares de sua influência.
Marcos Pontes (PL-SP)
Ex-ministro da Ciência e Tecnologia e primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes tenta levar ao Senado um perfil técnico e pragmático. No entanto, sua candidatura não conta com o endosso total do PL, partido que, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, prefere apoiar Alcolumbre.
Pontes se posiciona como uma alternativa dentro da oposição, mas enfrenta dificuldades para consolidar alianças e garantir os votos necessários.
Marcos do Val (Podemos-ES)
Senador pelo Espírito Santo, Marcos do Val tem sua atuação voltada para a segurança pública. Embora se apresente como alternativa, enfrenta dificuldades na obtenção de apoios expressivos, uma vez que seu partido, o Podemos, não fechou questão sobre sua candidatura.
Eduardo Girão (Novo-CE)
Senador pelo Ceará, Eduardo Girão representa o partido Novo na disputa. Ele se coloca como opositor ao sistema político tradicional, defendendo maior independência do Senado em relação ao governo federal.
Apesar de tentar atrair senadores insatisfeitos com a hegemonia de Alcolumbre, enfrenta dificuldades para ampliar sua base de apoio.
Candidatos à Presidência da Câmara
Hugo Motta (Republicanos-PB)
Deputado federal pela Paraíba, Hugo Motta é apontado como favorito para a presidência da Câmara. Se eleito, será o mais jovem a ocupar o cargo. Ele tem uma trajetória política consolidada no Centrão e conta com apoio de 18 partidos, incluindo siglas da base governista e da oposição.
Motta recebe o endosso do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e se compromete a manter um equilíbrio entre governo e oposição. Entre suas propostas, está a previsibilidade das votações e o fortalecimento das prerrogativas dos deputados.
Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
Deputado federal pelo Rio de Janeiro, Henrique Vieira é pastor, ator e ativista social. Sua candidatura representa uma perspectiva progressista, com foco na defesa dos direitos humanos e da participação popular.
Seguindo a tradição do PSOL de apresentar candidatos próprios para a presidência da Câmara, Vieira defende maior transparência, inclusão e combate aos discursos de ódio.
No entanto, tem poucas chances reais de vencer, sendo sua candidatura vista como uma forma de dar voz a setores da sociedade.
Marcel van Hattem (Novo-RS)
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Marcel van Hattem representa uma oposição ao bloco do Centrão. Líder do Novo na Câmara, defende maior transparência e o fim de acordos políticos que considera prejudiciais à independência do Legislativo.
Com apenas quatro deputados do Novo na Câmara, sua candidatura é vista como simbólica e voltada à defesa de um discurso mais independente e reformista.