A Copa do Mundo Feminina de 2023, que está acontecendo na Austrália e na Nova Zelândia, reúne pela primeira vez 32 seleções competindo em oito grupos. É impressionante pensar que até poucas décadas atrás esse feito seria impossível.

No Brasil as mulheres passaram quarenta anos proibidas de jogar, conforme decreto-lei 3.199 de 14 de abril de 1941: “Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”.

O artigo foi criado durante a Era Vargas e vigente até 1983. Durante todo esse tempo, ele proibiu, dentre os esportes considerados masculinos, a prática do futebol feminino no Brasil. Apenas em 1983 a modalidade foi regulamentada. Com isso, foi permitido que se pudesse competir, criar calendários, utilizar estádios, ensinar nas escolas.

Em 1991 aconteceu a primeira Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino e a CBF assumiu o time oficialmente. Em 1996 os jogos de Atlanta marcaram a esteia do futebol feminino em Olimpiadas. Em 1999 veio a primeira medalha em Copas do Mundo, o Brasil levou o bronze nos Estados Unidos. Poucos anos depois, em 2004 veio a medalha de prata nos jogos Olímpicos da Grécia. Em 2006 Marta, a musa da seleção, levou o troféu de melhor jogadora do mundo. E as conquistas e vitorias não pararam mais.

A minha torcida é que nessa copa só dê Brasil e que as meninas da seleção arrasem em campo!

Elas no mercado

Depois desse breve histórico do nosso futebol feminino, não posso deixar de falar dos avanços das mulheres no mercado financeiro também.

Essa jornada não foi fácil. A primeira investidora brasileira e uma das primeiras do mundo a investir na Bolsa, chamava-se Eufrásia Teixeira Leite. Nascida no Rio de Janeiro nos anos de 1850, Eufrásia veio de uma família rica de aristocratas e cafeicultores. Após ficar órfão, mudou-se para Paris e lá, na companhia do seu tio, começou a acompanhar os pregões da bolsa de valores da capital. Em 1880 passou a operar na Bolsa de Londres e em 1914, na de Nova Iorque. No final do século 19, Eufrásia já fazia parte de um seleto grupo de personalidades milionária de Paris. (Fonte: Mariana Ribeiro, que investigou por conta própria a história de Eufrásia Teixeira Leite).

Com certeza, a história de Eufrásia foi cheia de dificuldades, afinal o mercado financeiro sempre foi um lugar majoritariamente masculino e hostil às mulheres. Contudo, com o passar dos anos temos vistos muitas mulheres avançarem nesse setor. O número de mulheres que investiram na bolsa de valores triplicou de 2019 a 2023, segundo dados as B3. Saltando de 388.724 (2019) pra 1.424.206 (até junho 2023).

Apesar do avanço das mulheres no mercado financeiro nos últimos anos, o número de investidoras ainda é pequeno se comparado a dos homens. Mas, ainda assim é um passo muito importante para a construção de um espaço mais igualitário e acessível.

A participação das mulheres nesse mercado tem trazido muitos impactos positivos, não só pelo fato de disseminar conhecimento, mas também por transformar a cultura por vezes machista.

Acredito que a tendencia dos próximos anos é vermos cada vez mais mulheres investidoras, com seu jeito cuidadoso, preventivo, planejador e organizado e com alto rigor na hora de correr risco.

E você, já começou a investir?

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte