Um sonho antigo de Eike Batista, com a promessa de revolucionar o agronegócio com uma cana-de-açúcar que pode produzir 3x mais etanol e 12x mais biomassa que a tradicional, pode estar próximo de se realizar, com o empresário passando o chapéu para seu projeto da ‘super cana’.
A ‘super cana’ tem aplicações na produção de etanol, do combustível sustentável de aviação (SAF) e em embalagens feitas a partir do bagaço que substituem o plástico.
Nesta terça-feira (25), Eike Batista fechou a captação de US$ 500 milhões com o fundo de infraestrutura estruturado por Mário Garnero. O fundo tem como investidor o ADIG (Abu Dhabi Investment Group), dos Emirados Árabes, e o próprio Garnero.
Esses recursos serão destinados para a aquisição e operação do primeiro módulo do projeto da ‘super cana’, serão cerca de 70 mil hectares de terra, ao redor do Porto do Açu, onde o vegetal será plantado.
A expectativa é que o módulo tenha capacidade de produzir 1 bilhão de litros de etanol por ano e mais 1 milhão de toneladas de biomassa, quando estiver 100% operacional, segundo o “Brazil Journal”.
O negócio foi avaliado em US$ 1,6 bilhão por Garnero – o banqueiro do Brasilinvest conhecido por seu trânsito internacional. Em troca da injeção de capital, o fundo vai ficar com 40% deste módulo. A produção de SAF para a Emirates é o que desperta o interesse do fundo de Abu Dhabi.
Eike Batista pretende criar token para financiar projeto
Enquanto isso, terras no Brasil e uma planta na Flórida estão inclusas no segundo módulo de produção, o que beneficiará a biomassa, e será financiado com o lançamento de um token que leva o nome do empresário: $EIKE.
“Fui pioneiro em 2006 com o IPO da MMX e seis outros IPOs. Dessa vez, vamos ser pioneiros no mundo com o initial coin offering (ICO) de um token lastreado em um ativo real e com uma escala enorme,” disse Eike Batista.
A venda dos tokens $EIKE será feita principalmente para os investidores dos EUA, com objetivo de vender 100 milhões tokens a US$ 1 cada, levantando US$ 100 milhões. Além disso, os detentores do token terão direito a receber 10% dos lucros futuros do projeto.
Eike Batista também afirmou que os fundadores do token terão um lock-up de quatro anos para poder negociar o ativo. Segundo ele, o prazo considera necessário para que o empreendimento passe a dar lucro.
O plano do empresário braisleiro é desenvolver um número indeterminado de módulos, cada um deles iniciando com o plantio de 50 hectares no primeiro ano, outros 1.000 hectares no segundo, e 20.000 no terceiro.
“No quarto ano, já esperamos que cada módulo esteja gerando caixa e tenha um EBITDA de US$ 5,9 bilhões,” disse Eike Batista.
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