A d1000 divulgou na noite de ontem seus números referentes ao 4T20. No release, a cia afirmou que os efeitos econômicos da Covid 19 foram, em especial, mais duros com sua plataforma de varejo basicamente por alguns aspectos: alta concentração das lojas em shoppings, 17% da base, que concentraram R$ 89 milhões da perda de venda; forte presença nos grandes centros comerciais que também sofreram com as restrições ao fluxo de consumidores redirecionando para os bairros uma parte importante do consumo, o que beneficiou farmácias independentes e associações. Ao mesmo tempo, permitiu grande desenvolvimento, representando início de sua jornada digital. Para 2021, esperam abrir 30 novas lojas, além de focar na sedimentação dos alicerces para uma expansão ainda mais forte em 2022 e 2023, na continuidade do aprimoramento da plataforma tecnológica, na aceleração da transformação digital da Cia, no fortalecimento da pauta ESG, no desenvolvimento do CRM, na evolução do atendimento visando enriquecer a experiência de nossos clientes e na ampliação acelerada da linha de marcas exclusivas. Entre os principais destaques, estão:
• Encerraram o exercício de 2020, com 197 lojas em operação, 1 loja a mais que em 2019. Entre o 1T20 e o 2T20, encerraram treze lojas deficitárias e, entre 3T20 e 4T20, inauguraram doze lojas, aumentando sua presença nas áreas populares;
• No 4T20, a Receita Bruta foi de R$ 278,5 milhões, queda de 7,5% em relação ao 4T19 e 5,8% superior ao 3T20. Este resultado, como no terceiro trimestre, é justificado pelo menor fluxo de clientes em suas lojas de shopping decorrente do efeito da pandemia. A média de vendas por loja apresentou recuperação por dois trimestres consecutivos; fechando o 4T20 em R$ 471,2 mil, um crescimento de 3,1% em relação ao 3T20;
• Ao longo do ano a categoria de OTC apresentou uma performance positiva em função da Covid-19 e do excelente desempenho de suas marcas exclusivas de vitaminas GoNutri. Por outro lado, o fechamento dos consultórios médicos acabou por impactar negativamente a categoria RX. Por Influência também da pandemia; houve redução nas visitas às farmácias compensada pelo incremento do ticket médio que no 4T20 cresceu 22% em relação ao mesmo período de 2019;
• As vendas omnichannel no ano de 2020 tiveram um desempenho acima do esperado por conta da mudança dos hábitos dos consumidores e em decorrência do lançamento dos nossos apps e sites. No 2T20 atingiu o máximo em vendas em R$ 26,4 milhões e nos próximos trimestres (3T e 4T) sua participação na Receita Bruta perdeu representatividade conforme as lojas voltaram a abrir;
• No ano, a Despesa Total de Lojas foi de R$ 201,3 milhões, o que equivale a uma redução de 1,8% vs. 2019. Essa redução se deve à adoção da suspensão temporária do contrato de trabalho de parte de colaboradores (MP 936) e ao menor número de lojas em operação durante uma parte do ano;
• Encerraram 2020 com Ebitda de R$ 83,6 milhões levando a uma Margem Ebitda de 7,8%, 0,8 p.p superior ao ano de 2019. No 4T20, o Ebitda atingiu R$ 26,5 milhões, equivalente a uma margem de 9,5%; um incremento de 1,7 p.p. em relação ao mesmo trimestre do ano anterior;
• No resultado financeiro, com relação ao Imposto de Renda; passaram de uma despesa de R$ 11,7 milhões em 2019 para uma receita de R$ 17,9 milhões em 2020. O resultado positivo no ano de 2020 está relacionado com a expectativa de lucros futuros, a qual se acentuou com a entrada de recursos do IPO, dado que este movimento permitiu acelerar o plano de abertura de lojas e reduzir a despesa com juros;
• Por fim, no 4T2 o Lucro Líquido foi de R$ 18 milhões; o que nos possibilitou gerar um lucro de R$ 120 mil no ano de 2020 vs. prejuízo de R$ 7,5 milhões do ano anterior. Isso representou uma melhora de 0,6p.p. na Margem Líquida.
Impacto: Neutro. A companhia foi prejudicada no período pela segunda onda de casos de infecção por Covid-19, que resultou em um menor fluxo de clientes em shoppings e lojas físicas (cabe dizer que a cia tem 17% de sua base de lojas posicionadas em shoppings centers). O efeito negativo foi parcialmente compensado pelo aumento do ticker médio no 4T20. Suas vendas no omnichannel perderam a representatividade que atingiram no 2T20, justificada pela gradual reabertura das lojas. Por ora, mantemos nossa recomendação neutra no papel, com poucas oportunidades no curto prazo. Conforme as campanhas de vacinação forem avançando e o fluxo de clientes em lojas físicas volte a patamares similares aos do período pré-pandemia; acreditamos que a empresa pode apresentar melhores números. Ainda, o plano de abertura de 30 lojas em 2021 deve impulsionar o crescimento de sua operação.