Já parou para pensar que o dinheiro permeia várias áreas da nossa vida e está em muitos lugares?
Pois é, então porque não falamos abertamente sobre o assunto dentro de casa e com nossas crianças?
Não falamos porque, muitas vezes, administrar os recursos e controlar o orçamento é um grande desafio. De acordo com uma pesquisa do SPC Brasil, muitos consumidores brasileiros não controlam o quanto gastam, não sabem quanto pagam de juros, não se planejam para imprevistos, desconhecem o valor de seus rendimentos mensais e ainda assumem ser pessoas desorganizadas financeiramente. Do total de entrevistados, 45,8% não realizam um controlo do orçamento e menos da metade (48,10%) consideram-se pessoas organizadas financeiramente.
Mas esses dados podem e devem mudar!
E a educação financeira é a ferramenta para essa transformação. Quanto mais cedo começar, melhor!
O que é Educação Financeira Infantil?
É a habilidade de saber como o dinheiro funciona para lidar com ele de forma consciente e saudável. Sabendo fazer boas escolhas.
A educação financeira na infância ajuda a formar adultos com noção do real valor do dinheiro. Evitando assumir dividas incontroláveis, aprendendo a poupar e promovendo cuidado com a velhice e com a saúde.
Sem contar os benefícios para a sociedade como um todo. Formando cidadãos conscientes e responsáveis com o próprio dinheiro, com o meio ambiente e com a sustentabilidade.
Como ensinar Educação Financeira para as crianças
O contato das crianças com o dinheiro acontece bem cedo, mas a orientação para lidar com ele, não.
Então, quanto mais cedo elas aprenderem, maiores as chances de criarem hábitos conscientes de consumo para traçar um planejamento de vida mais equilibrado.
- A idade ideal
O MOMENTO IDEAL PARA FALARMOS SOBRE DINHEIRO COM AS CRIANÇAS É QUANDO COMEÇAM A SURGIR AS PRIMEIRAS DÚVIDAS SOBRE PODER OU NÃO COMPRAR TAL COISA.
Entre 2 e 3 anos de idade a criança já consegue assimilar noções básicas sobre elementos que remetem à figura do dinheiro, como moedas e cofrinhos. Também nessa idade o ideal é que sejam introduzidas atividades lúdicas que ensinem ideias de quantidade, comparação, acréscimo e diminuição. Um exercício simples que ficará no inconsciente dos pequenos é o ato de encaixar a moeda num cofrinho. Ao repetir esse ato diversas vezes, você estará registrando na cabeça do seu filho que ele deve guardar a moeda, proteger, acumular, poupar.
Crianças com mais idade, a partir dos 5 anos já conseguem lidar melhor com o dinheiro, já conseguem realizar algumas operações matemáticas como somar e subtrair. Sendo assim estimule o seu filho a lidar com o troco quando for comprar o lanche na cantina da escola, ou a pipoca no cinema.
- Semanada, quinzenada e mesada
SE O SEU FILHO ESTÁ NA FASE DE TODA HORA PEDIR DINHEIRO PARA COMPRAR UM BRINQUEDO, TOMAR UM SORVETE, FAZER UM LANCHE OU PASSEAR COM OS AMIGOS, ENTÃO CHEGOU O MOMENTO DE CONVERSAR SOBRE MESADA.
Quando a criança chega aos 7 ou 8 anos de idade vale a pena intensificar a aproximação dela com o dinheiro, instituído a semanada. Você pode estipular um valor para que a criança utilize durante a semana. Por exemplo, R$ 1,00 vezes a idade da criança. E sempre conversando sobre como utilizar essa quantia durante a semana e estimulando seus filhos a guardarem parte do valor para realizar seus sonhos, seus objetivos. Como comprar um brinquedo, uma bola, figurinhas e por aí vai. Esta é a base da inteligência financeira: fazer escolhas conscientes e sustentáveis, objetivando a realização de sonhos. Pequenos sacrifícios para conquistar grandes recompensas, desejos e sonhos.
Se o seu filho já está entrando na adolescência a partir dos 12 anos, é o momento ideal para a implantação da mesada. Nesta fase ele já assume maiores responsabilidades na escola com os estudos, dentro de casa com os afazeres domésticos. E na vida financeira não poderá ser diferente. A mesada irá ensiná-lo a lidar com suas finanças mensais. Pois daqui há alguns poucos anos ele entrará na faculdade e precisará estagiar ou trabalhar.
- Gastar, poupar, investir – Como distribuir esse valor
Nem tudo que se ganha ou se conquista é para gastar e nem tudo para guardar. O equilíbrio é fundamental desde a infância.
A criança deve ser orientada da seguinte forma: uma parte para gastos do dia a dia. Um lanche, um sorvete, figurinhas. Outra parte para guardar para metas ou sonhos de médios e longo prazos (um jogo, um brinquedo, uma viagem). Vale a pena ensinar também sobre doação. Um ato de generosidade e ajuda ao próximo.
“Alguém está sentando na sombra hoje porque alguém plantou uma árvore há muito tempo.” – Warren Buffett
Comece a plantar a educação financeira na vida do seu filho!
Até Breve!
@juliana.barbosa.cifrao