Uma das premissas de investir no mercado de ações é saber, antes de tudo, que é um universo que envolve risco e conforme for o nosso perfil, estaremos à mercê de um risco maior ou menor. Eu me conscientizei disso desde o começo e já digo aqui que ter isso em mente antes de qualquer intenção de comprar ações ou outra opção de investimentos é fundamental. Mas, entretanto, porém, todavia, confesso que a divulgação de que a Americanas, rede da qual 8 a cada 10 brasileiros talvez seja cliente (eu me incluo), teve um rombo de R$ 20 bilhões no orçamento e que ninguém sabe de como isso aconteceu, me deu um frio no estômago. Primeiro porque como disse, risco é risco, mas jamais pensei nessa magnitude toda.

Na hora, naquele ímpeto do egoísmo, dei graças por não ter ações AMER3, mas depois, escrevendo sobre o assunto, bateu a indignação: como uma empresa sólida faz isso com seus investidores, funcionários e depois corre para pedir recuperação judicial? E o buraco só aumenta. Na quinta (19), a B3 excluiu a empresa dos índices da Bolsa. E a corda arrebenta, claro, para os pequenos investidores. Os grandões sentem o baque, mas se recuperam logo, porque têm outros investimentos bilionários por aí.

O que fica bem claro como água é a cratera que abriu no que se refere à governança corporativa da Americanas, o “G” das práticas ESG. Mais que um ato falho, um descuido imperdoável. Logo uma empresa que tem a PwC como auditora. São muitas perguntas sem respostas. São ações desvalorizadas num patamar nunca visto. 

Eu espero que a empresa em que estou investindo no momento não me pregue essa peça, porque deu medo, ah, se deu.