Investidores interessados em aplicar em companhias que pensam no verde podem encontrar algumas opções na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Há algumas empresas de energias renováveis com liquidez e escala interessantes que podem entrar no radar, embora também haja outras cujos resultados sugerem cautela. Veja o que dizem três casas de análises sobre três das mais importantes companhias de energia renovável no mercado de capitais brasileiro.

NEOE3 – A Neoenergia é a holding do Grupo Neoenergia, com mais de 13,5 milhões de unidades consumidoras atendidas por suas distribuidoras: Elektro (São Paulo e Mato Grosso do Sul), Coelba (Bahia), Celpe (Pernambuco) e Cosern (Rio Grande do Norte). Tem como acionistas o Grupo Iberdrola, a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI) e o Banco do Brasil Investimentos.

Na área de geração, entre usinas em implantação ou em operação, apresenta capacidade instalada de 4.070 megawatts. Tem forte atuação no segmento de fontes renováveis, com 26 parques eólicos na Bahia, no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Um dos pontos curiosos é que inaugurou em 2015 a sua segunda usina solar em Fernando de Noronha (PE).

“A empresa veio para impactar o mercado e parece ser uma das mais top de transmissão para estar preparada para soluções renováveis. É uma empresa que está querendo se tornar mais lucrativa, mas também de olho nas fontes eólicas”, avalia Bruno Mazzoni, analista de Investimentos do Clube dos Dividendos.

EGIE3 – A Engie Brasil é uma importante geradora privada de energia renovável. A empresa está variando bastante suas fontes de geração, o que é considerado interessante pelos analistas. Recentemente, a companhia comprou da Petrobras a TAG, fazendo investimentos para crescer e gerar mais dividendos. A transação foi um passo importante na abertura em curso do segmento de gás natural no país e marcou a entrada da Engie nesse mercado no Brasil.

A empresa está no Novo Mercado, com free float de 21%. Sua receita triplicou em 13 anos, e o lucro líquido foi de R$ 2,4 bilhões em 2018, 2,5 vezes acima do ano anterior. “Além disso, não há participação do governo, o que é excelente”, elogia análise da Demac Investimentos. O alerta é que a dívida fica em quase seis vezes o lucro líquido (cerca de R$ 12 bilhões), o que, de acordo com a Demac, pode preocupar os investidores, mesmo que seja um segmento tradicionalmente alavancado.

CPRE3 – Braço de energias renováveis da CPFL, a CPFL Renováveis atua em geração de energias a partir de fontes como eólicas e solares. Em julho de 2013, a empresa abriu seu capital na bolsa de valores de São Paulo e conseguiu movimentar R$ 1,035 bilhão com a operação. A companhia anunciou um lucro líquido de R$ 118.81 milhões em 2018, valor 504,73% superior ao apurado no ano anterior (R$ 19.65 milhões).

Mas nem os números altos animam investidores, como avalia Willians Scarpin, assessor de Investimentos da Scarpin: “A empresa tem lucro baixo em relação ao seu valor de mercado (de aproximadamente R$ 10 bilhões), e as ações estão caras. Também teve muitos prejuízos nos últimos anos, que fizeram a dívida ultrapassar o patrimônio líquido. Não é uma boa opção”, avalia

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