INTERNACIONAL: Bolsas e commodities sobem com Trump; dólar cai

As bolsas globais sobem junto com os futuros de índices dos EUA, enquanto o índice dólar recua, depois que o presidente Donald Trump disse que considera “seriamente” um corte de impostos sobre ganhos de capital. Ímpeto teve início nas bolsas da Ásia e nos EUA ontem, depois que as hospitalizações por coronavírus caíram nos estados americanos mais populosos, mesmo com os casos globais superando 20 milhões. Ouro cai pelo terceiro dia e iene se enfraquece ante o dólar, evidenciando menor busca por proteção. Minério de ferro sobe em Singapura e é negociado perto do nível mais alto em um ano com a recuperação econômica da China da pandemia alimentando a crescente demanda pela matéria-prima para produção de aço. Cobre e níquel recuam em Londres. Petróleo tem 2ª alta e brent supera US$ 45 com alívio da covid em alguns estados americanos. Putin afirma que a Rússia registrou a primeira vacina de combate ao Covid-19 do mundo.

ECONOMIA/PODER: Equipe econômica prepara força-tarefa em defesa do teto de gastos

A equipe econômica prepara uma força-tarefa no Congresso em defesa do teto de gastos, a regra prevista na Constituição que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. A ideia é apresentar aos deputados e senadores dados que mostrem a atual situação fiscal do País e quais consequências do abandono do mecanismo neste momento. Um roadshow (espécie de sessões públicas itinerantes) está sendo preparado pelo Ministério da Economia. As datas, porém, não estão definidas. Entre esses dados, está a previsão de alta da dívida bruta do governo para 98,2% do PIB em 2020. (Estadão)

Prevista inicialmente para 13,8%, a queda de vendas do comércio em 2020, por causa da pandemia, deverá ser de 6,7%, metade do esperado, segundo estudo da Fecomércio de SP com base em dados de todo o país. A queda menos acentuada do varejo é atribuída aos efeitos do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 a desempregados, trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família. Mesmo menor, a queda no setor equivale a uma perda de R$ 141 bilhões em relação à receita de 2019. De acordo com estimativas do comércio, a redução da estrutura de empresas varejistas decorrente da pandemia pode levar ao fechamento de mais de 202 mil empresas, sendo 197 mil de pequeno porte. (Estadão)

Depois de adiar várias vezes o envio da reforma administrativa ao Congresso, o governo decidiu só encaminhar a proposta no ano que vem. Segundo técnicos da equipe econômica, a estratégia agora é esperar o resultado das eleições para as presidências da Câmara e do Senado para avançar com o projeto. A estratégia de pautar as mudanças no funcionalismo público depois de tratar do sistema de impostos — alvo da reforma tributária — é criticada por especialistas. De acordo com fontes, o governo teme gastar capital político em ano de eleições municipais, que tendem a influenciar o humor no Legislativo nos próximos meses. (O Globo)

O governo planeja votar no Congresso pelo menos sete projetos com mudanças em marcos regulatórios importantes para destravar a economia neste semestre. Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o primeiro desses projetos deve ser a autonomia do Banco Central, que pode ser pautado nos próximos 15 dias. “Queremos pautar a autonomia do Banco Central nesta semana ou na semana seguinte, para a gente avançar nessa pauta” — disse. Segundo o senador, o objetivo do governo é votar ainda as mudanças nas legislações de petróleo, cabotagem, ferrovias e energia elétrica. (O Globo)

Na busca de formas para acelerar a retomada do crescimento, o presidente Jair Bolsonaro discutirá hoje, com os ministros da Economia, Paulo Guedes e da Infraestrutra, Tarcísio Freitas como encontrar espaço orçamentário para mais fôlego a investimentos em obras públicas. Desatar esse nó é considerado, por assessores presidenciais, como questão-chave para o lançamento do programa Pró-Brasil. Guedes deverá falar sobre a Proposta de Emenda Constitucional do Pacto Federativo e a possibilidade de que “gatilhos” para reduzir despesas de custeio no Orçamento possam abrir janelas para investimentos. Ele e Tarcísio, segundo interlocutores dos dois, estão alinhados na decisão de não furar o teto de gastos. (Valor)

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro no Congresso dizem que o governo apenas aguarda o melhor momento para enviar ao Legislativo mensagem pedindo a prorrogação do estado de calamidade pública. Isso permitiria ao Executivo também descumprir as regras fiscais em 2021. Eles descartam que isso ocorreria no curto prazo, mas consideram que pode ser feito quando houver um ambiente mais favorável à ideia no Congresso. A área econômica considera que eventual prorrogação da situação de calamidade pública só será adotada pelo presidente se a covid-19 ainda for grave problema de saúde no próximo ano, que demande dotações orçamentárias extras para enfrentar a pandemia. (Valor)

EMPRESAS: Cosan registrou no segundo trimestre prejuízo líquido de R$ 174,4 milhões

COSAN (CSAN3): Cosan, que atua no setor de energia e controla empresas como a Comgás, Raízen e Rumo; registrou no segundo trimestre prejuízo líquido de R$ 174,4 milhões, revertendo o lucro observado um ano antes, de R$ 418,3 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 590,8 milhões no período; um recuo de 58,2% em relação ao segundo trimestre de 2019. O Ebitda ajustado, que exclui os efeitos pontuais incorridos nos trimestres, chegou a R$ 517,8 milhões, queda de 56,5% na comparação anual. O resultado financeiro negativo somou R$ 123,2 milhões no intervalo entre abril e junho deste ano, contra um resultado financeiro positivo de R$ 27,1 milhões observado um ano antes. A receita líquida caiu 33,1% entre o segundo trimestre de 2019 e o segundo trimestre de 2020, para R$ 11,803 bilhões. A companhia não emitiu, mais uma vez, estimativas de resultados (guidance) para os próximos meses, postura que adota desde abril. Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Cosan afirma que continua “correndo atrás para endereçar os desafios que surgem a cada dia; buscando oportunidades e atuando de forma ágil para neutralizar os efeitos adversos da conjuntura atual”.

ITAÚSA (ITSA4): A holding Itaúsa, que tem participações no capital de Itaú Unibanco, Alpargatas Duratex, registrou lucro líquido contábil de 598 milhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 75,4% em relação aos 2,435 bilhões no mesmo período de 2019. No critério recorrente, o grupo teve ganhos de R$ 1,428 bilhão entre abril e junho, recuo de 40,7%. Segundo explica a Itaúsa no relatório da administração que acompanha os números, a queda no resultado recorrente foi causada principalmente pela piora nos números do Itaú Unibanco, mas as outras empresas investidas também tiveram dificuldades por conta da pandemia de covid-19. No caso do resultado contábil, houve eventos não recorrentes com impacto negativo de R$ 781 milhões, com impaiment de ágio e ativos do Itaú Corpbanca; de R$ 543 milhões, e doações para o programa Todos pela Saúde, que no caso do Itaú, somaram R$ 312 milhões. Os ativos totais da Itaúsa fecharam junho em R$ 56,548 bilhões, praticamente estável na comparação anual, com pequeno avanço de 0,2%. A rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado, fechou o primeiro semestre em 6%, ante 18,7% em 2019. Já o retorno recorrente ficou em 9,4%, contra 17,8% de um ano antes. A holding informou somente as receitas do primeiro semestre de cada uma das empresas investidas. Somadas, elas geraram R$ 87,8 bilhões em receitas, queda de 10,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

RIACHUELO (GUAR3): A Guararapes, dona da rede Riachuelo, registrou um prejuízo líquido de R$ 296,2 milhões no segundo trimestre de 2020. No mesmo período de 2019, o grupo havia reportado lucro de R$ 54,9 milhões. Já o Ebitdafoi negativo em R$ 289,2 milhões, ante R$ 234,7 positivos no mesmo trimestre do ano anterior. A Receita Líquida da companhia caiu 52,4%, chegando R$ 225,9 milhões, enquanto as vendas mesmas lojas decresceram 69,7%. A empresa ressalta que as lojas reabertas no trimestre apresentaram 74,8% do total registrado no mesmo período de 2019. Segundo a Guararapes, elas foram “impactadas pela redução do horário de funcionamento e pela implementação de limites máximos de pessoas nas lojas aderentes aos protocolos de segurança estabelecidos”. No trimestre, os canais digitais representaram 46,1% das vendas, em decorrência do isolamento social. Mas a margem bruta da companhia foi de 38,2%, ante 50,3% no segundo trimestre de 2019. Segundo a companhia, no primeiro semestre, esse indicador foi afetado pelo fechamento de fábricas; que reduziu incentivos de ICMS, e pelo custo de produção de equipamentos de segurança (EPIs) para doação. Além disso, os estoques acumulados pelo período de lojas fechadas levou a maior apetite promocional. E a própria venda online, segundo o grupo, tem um mix de produtos com margem menor.

SÃO MARTINHO (SMTO3): São Martinho reportou lucro líquido de R$ 115,706 milhões no primeiro trimestre do ano-safra 2020/21, encerrado em 30 junho. O resultado representa alta de 26,5% ante o registrado em igual período da temporada 2019/20, de R$ 91,463 milhões. O Ebitda ajustado da companhia sucroenergética subiu 41,1% na mesma base de comparação, para R$ 491,443 milhões. A receita líquida do Grupo São Martinho alcançou R$ 1,024 bilhão no primeiro trimestre da safra, alta anual de 35,8%. O lucro caixa ficou em R$ 148 milhões no trimestre, 122,5% superior ao verificado no mesmo período da temporada passada. A dívida líquida consolidada subiu 15,1% entre abril e junho de 2020 na comparação interanual, para R$ 2,941 bilhões. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, passou de 1,61 vez para 1,47 vez na mesma comparação. O capex de manutenção da companhia somou R$ 192,4 milhões no primeiro trimestre da safra, aumento de 6,2% em relação ao de igual período da safra anterior. O capex de melhoria operacional, composto por investimentos relacionados às trocas de equipamentos agrícolas e industriais, visando crescimento de produtividade, somou R$ 17,8 milhões no trimestre encerrado em junho, retração de 27,5%. Quanto ao capex de expansão, a companhia realizou investimentos que somaram R$ 13,2 milhões entre abril e junho de 2020, queda anual de 52,1%.

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