CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
O mercado asiático e agora europeu reage à notícia de que a comissão de saúde da província de Hubei revisou para cima o número de casos confirmados para dar conta de um relatório do departamento penitenciário que divulgou 271 casos em seu sistema, 51 dos quais anteriormente foram incluídos em números regionais.
A Coréia do Sul se tornou um dos lugares mais afetados fora da China continental, com o registro 52 novos casos, somando aos atuais 150. A Nissan e a Honda atrasaram o reinício de algumas fábricas na China, em conformidade com diretrizes locais.
As vendas de veículos despencaram 92% em fevereiro na China, em conformidade com uma série de outros indicadores; como fluxo de veículos, de pessoas em áreas públicas e etc.
Estes indicadores dão a base no que se fundamenta os temores relacionados ao COVID-19: a Informação. Desde o início, a natural desconfiança com os dados fornecidos pelo governo chinês faz das perspectivas em relação ao vírus um jogo de ‘chutes no escuro’.
A adição dos dados desta noite, incluindo as penitenciárias muda o acompanhamento das proporções entre infectados, mortos e curados, daí a reação de cautela dos mercados em nível global. Todavia reiteramos que a China não deixou de ser uma potência com crescimento somente igualado pelos EUA no pós-guerra.
Daí se aguardar o ponto de inflexão da doença e os esforços fiscais, econômicos e monetários para a retomada da atividade até o fim deste mês, conforme confirmaram oficiais do governo chinês.
Muitos se perguntam se os números são verdadeiros, se o ritmo de recuperação é crível, se vai ocorrer este ano. Tudo dependerá do esforço monumental para recuperar o tempo perdido e ‘confiar’ no ferramental de dados que o governo fornece; algo que os analistas já se ‘acostumaram’ por anos.
Localmente, além da cautela pré-carnaval, atenção aos dados do setor externo e ao primeiro déficit de conta corrente do ano; este possivelmente não financiado pela entrada de Investimento Externo Direto (IED). Nos EUA, destacam-se vendas de imóveis préexistentes. No geral, os PMIs divulgados na Alemanha e Reino Unido superaram as expectativas agora pela manhã, todos em prévias de fevereiro.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com revisão dos números do COVID-19.
Na Ásia, dia instável, com casos de vírus em prisões chinesas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com exceção cobre e destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com temores dos impactos econômicos do Coronavírus.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 8,10%.