Conforme diversos analistas e gestores, é quase unânime a defesa de que a diversificação de investimentos deve incluir ativos estrangeiros. Dessa forma, a história do dólar revela-se como um importante componente no retorno de investimentos no longo prazo.

Investir fora do Brasil, seja em bolsa, fundos ou renda fixa, tornou-se mais acessível com contas internacionais em dólares que possibilitam a aplicação direta nas bolsas americanas. Além disso, existem alternativas de exposição pelo próprio mercado brasileiro, via fundos ou ativos na B3 entre BDRs e ETFs. No entanto, muitos investidores negligenciam o papel crucial do câmbio no retorno dessas aplicações.

Um levantamento realizado pelo professor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Cef), William Eid, destaca que, desde o ano 2000, o retorno de investimentos no índice S&P500, composto pelas 500 maiores empresas americanas, atingiu 685%. Surpreendentemente, 153% desse ganho resulta da valorização do dólar em relação ao real durante o mesmo período.

Considerando apenas o desempenho das ações, sem levar em conta o efeito cambial, o rendimento do S&P 500 seria de aproximadamente 210%. Em outras palavras, o dólar mais do que triplicou o retorno do índice.

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Tenha o dólar como seu aliado

Sob esse ponto de vista, o estudo mostra como o dólar pode ser um importante aliado nos ganhos. Além disso, é essencial destacar que essa análise vai além de uma simples adição ou subtração, incorporando o cálculo de juros compostos. Em prazos mais curtos, a volatilidade do câmbio pode gerar resultados menos previsíveis, como observado nos últimos três anos.

Nos últimos 12 meses, o investimento no S&P 500 em dólar acumulou alta de 3%, enquanto, sem considerar o dólar, o rendimento seria de 26%, devido à desvalorização da moeda americana.

A exposição ao dólar não apenas agrega proteção contra oscilações nos mercados brasileiros, mas também proporciona um melhor retorno ajustado ao risco. Na prática, a moeda aborda um viés defensivo, considerada útil especialmente em períodos de crise no Brasil.

A correlação negativa entre o real e os mercados internacionais em dólar significa que investir indiretamente nos EUA pode oferecer uma espécie de seguro contra perdas no mercado brasileiro. Assim, investidores devem considerar a inclusão estratégica do dólar em suas carteiras de investimento.

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