O dólar comercial atingiu seu maior valor nominal da história na última quarta-feira, 27 de novembro, e encerrou o dia com uma alta de 1,80%, cotado a R$ 5,914.

Durante a sessão, a moeda norte-americana chegou a superar a marca de R$ 5,922, em uma subida mais de 1,95%, após a divulgação de informações sobre um pronunciamento aguardado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) — que se confirmaram.

Expectativas pelo anúncio de medidas fiscais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um aguardado pronunciamento em rede nacional às 20h30, em meio a expectativas sobre medidas fiscais e de contenção de gastos.

Veículos de imprensa como O Globo e a Folha de S. Paulo noticiaram, pela tarde, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciaria a isenção do Imposto de Renda (IR) para cidadãos que recebem até R$ 5.000,00 por mês.

Esse anúncio gerou preocupações no mercado financeiro, especialmente em relação ao equilíbrio das contas públicas.

Analistas veem o momento como crítico, dado o esforço do governo federal para aumentar a credibilidade fiscal, e a reforma do Imposto de Renda (IR) poderia levantar dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal do País.

A repercussão no mercado de câmbio

Com a expectativa crescente sobre o conteúdo do pronunciamento de Haddad, o dólar à vista registrou um aumento de 1,80% e fechou o dia cotado a R$ 5,914.

No acumulado de novembro, a moeda norte-americana já registra uma alta de 2,2%.

Após às 17:00, o contrato futuro de dólar para dezembro também refletia a pressão cambial, e subia 1,75%, negociado a R$ 5,914.

Os dados de fechamento também destacam a cotação do dólar comercial, com valores de compra e venda estáveis em torno de R$ 5,912, enquanto o dólar turismo variava entre R$ 5,859 (compra) e R$ 6,039 (venda).

Isenção de IR foi confirmada antecipadamente pelo ministro do Trabalho

A isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil foi inicialmente divulgada por fontes anônimas, mas posteriormente confirmada pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Em entrevista coletiva, Marinho confirmou que o pacote de medidas fiscais incluiria a isenção do IR e a discussão sobre a taxação de super-ricos e supersalários.

Até então, a expectativa predominante no mercado financeiro era de que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) focaria em medidas de contenção de despesas.

A possibilidade de isenção do IR, que implica uma redução na arrecadação, foi rapidamente interpretada por investidores como uma medida arriscada e difícil de ser absorvida sem causar impacto nas contas públicas.

O que dizem os analistas?

Paula Zogbi, gerente de Research e head de conteúdo da Nomad, comentou que o aumento no valor do dólar foi diretamente influenciado pelos rumores sobre a isenção de IR.

Ela destacou que a medida poderia reduzir a arrecadação federal e que essa diminuição de receitas fiscais poderia comprometer a eficácia dos cortes de gastos que seriam anunciados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Zogbi explicou que o aumento da volatilidade cambial se relaciona à perda de credibilidade nas medidas fiscais, pois a mudança no IR tende a enfraquecer a arrecadação em um momento em que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca restaurar a confiança no equilíbrio fiscal.

A própria demora no anúncio de medidas de contenção de despesas também gerou pressão no mercado.

Investidores buscavam proteção contra a moeda local, com posições defensivas mais voltadas para o dólar, diante da incerteza sobre o futuro fiscal do país.

As movimentações e a incerteza que ainda ronda o tema “reforçam a importância de manter uma parcela da carteira em dólares ou, ainda melhor, ativos dolarizados, de forma a minimizar impactos de movimentos como esse e proteger o patrimônio no longo prazo”.

A Warren Investimentos afirmou o ajuste anunciado seria insuficiente. “Apesar de bem direcionadas, as medidas não garantem um superávit primário adequado para as metas fiscais”, opinou Felipe Salto, economista-chefe da plataforma.

Para Salto, o momento seria delicado para o governo, que precisa cortar gastos para recuperar a credibilidade fiscal.

A isenção de IR seria, na opinião do economista, “arriscada e não recomendável”, pois poderia anular os efeitos positivos de outros cortes fiscais planejados.

Publicidade

Black Friday:
50% OFF nos combos

Corra e aproveite antes que acabe!