No último pregão…
Na última segunda-feira (17), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,712.
O que influencia o dólar?
A inflação acima do esperado e a desaceleração da economia brasileira indicam um possível dilema para a política monetária do País.
Se o mercado interpretar que o Banco Central (BC) precisará manter juros altos por mais tempo para conter a inflação, isso pode sustentar o real.
No entanto, a incerteza fiscal pode gerar aversão ao risco e pressionar o dólar para cima.
Já no exterior, a política monetária dos Estados Unidos (EUA) segue como um fator determinante.
O Federal Reserve (FED) deve manter os juros estáveis em março, mas o mercado estará atento às atas da reunião para entender os próximos passos.
Caso o documento sinalize que os cortes de juros podem demorar, o dólar tende a se fortalecer globalmente, o que impacta o câmbio no Brasil.
Além disso, as declarações de Donald Trump e o desfecho da questão tarifária também podem afetar o dólar.
Brasil
Nesta terça-feira (18), o mercado financeiro local está com a agenda de indicadores e eventos esvaziada.
Apesar disso, investidores monitoram o leilão de dólar de até US$ 3 bilhões para rolagem, promovido pelo Banco Central (BC).
Preocupações inflacionárias
Apesar da desaceleração econômica, a alta do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-10) e a piora das expectativas no Boletim Focus mantêm as preocupações com a inflação.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou um salto no IGP-10, de 0,53% em janeiro para 0,87% em fevereiro, superando previsões e acumulando alta de 1,40% no ano.
O economista André Galhardo prevê que esses dados impactarão o primeiro semestre de 2025, mantendo a inflação como tema central.
Apesar disso, o mercado ignorou o IGP-10 e a alta das projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), priorizando o enfraquecimento da economia como fator deflacionário.
A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do 4º trimestre caiu para 0,4%, mas analistas alertam que a desaceleração pode ser insuficiente para conter a inflação.
Nesse sentido, o mercado começa a acreditar que o esfriamento da economia pode impedir a Selic de subir até 16%, com o câmbio também favorecendo essa perspectiva.
Baixa popularidade de Lula anima mercado
Investidores ainda comemoraram o desgaste do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a possibilidade de sua ausência na próxima eleição, o que impulsionou o otimismo no mercado financeiro.
A notícia de que Lula pode não disputar a reeleição, dependendo de sua saúde, trouxe alívio ao mercado, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), cogita concorrer se tiver apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Pesquisas indicando queda na popularidade de Lula despertaram nos investidores o “medo de ficar de fora” (Fomo), levando-os a aumentar suas posições no Brasil, segundo o JP Morgan.
O banco considera o Brasil um dos mercados mais fortes, destacando o bom desempenho das ações e do câmbio.
Com a alta dos preços, mais investidores se interessaram, impulsionados por fatores políticos, um dos poucos gatilhos locais para o mercado.
EUA
Nesta terça-feira (18), o mercado norte-americano observa o índice de atividade industrial Empire State de fevereiro, a ser informado pelo Federal Reserve (FED).
Além disso, discursos de dirigentes do Fed seguem no radar, com Mary Daly e Michael Barr.
Reunião EUA-Rússia
Nesta terça-feira (18), os Estados Unidos (EUA) e a Rússia se reúnem na Arábia Saudita para discutir a guerra na Ucrânia, sem a presença de representantes ucranianos. Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, rejeita as negociações.
O encontro marca a primeira discussão oficial entre os países sobre um acordo de paz e ocorre após Donald Trump e Vladmir Putin concordarem em iniciar negociações imediatamente.
A reunião sinaliza uma mudança na política dos EUA, encerrando o isolamento da Rússia desde a invasão de 2022, e busca restaurar relações bilaterais.
Do lado americano, Marco Rubio lidera a delegação. Já a Rússia é representada por Sergei Lavrov e Yuri Ushakov.
O Kremlin afirmou que há divergências sobre a segurança da Ucrânia e alianças militares, mas não pretende ditar questões sobre a soberania ucraniana.
Zelensky visitará a Arábia Saudita um dia após a reunião, enquanto a Europa se mobiliza para não ficar de fora das negociações de paz.