Na sessão anterior…
Na última segunda-feira, 30 de dezembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,22%, cotado a R$ 6,17.
O que influencia o dólar?
O dólar fechou 2024 com uma alta de 27,36%, o que evidencia uma pressão cambial intensa, refletindo fatores como fragilidades fiscais internas e incertezas globais.
A atuação do Banco Central (BC) com leilões cambiais trouxe alívio pontual, mas não resolveu as causas estruturais da desvalorização do real.
A projeção de inflação acima da meta para 2025 reforça preocupações com a eficácia da política monetária e a credibilidade do Banco Central, especialmente sob a nova liderança de Gabriel Galípolo.
Além disso, as concessões feitas no pacote fiscal sancionado pelo presidente Lula, como o veto ao bloqueio de emendas, fragilizam o ajuste das contas públicas, intensificando o pessimismo do mercado em relação à sustentabilidade fiscal.
Já no cenário externo, a expectativa de juros elevados nos EUA, impulsionada pela política econômica de Donald Trump, pode agravar a situação brasileira.
Taxas mais altas aumentam a atratividade dos ativos americanos, intensificando a saída de capitais de mercados emergentes como o Brasil.
Brasil
Nesta quinta-feira (2), o mercado financeiro local o Banco Central (BC) informa o fluxo cambial da semana.
Lula 3 em 2025
O impasse com o Congresso ameaça a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) em um ano pré-eleitoral, exigindo ações decisivas para garantir apoio e estabilidade política no governo.
O ministro Fernando Haddad (PT-SP) precisará demonstrar habilidade política e promover uma agenda fiscal robusta que recupere a confiança do mercado e estabilize a economia em meio à crise.
Enquanto isso, Gabriel Galípolo assume o Banco Central em um cenário desafiador, defendendo a autonomia da política monetária e enfrentando perspectivas de elevação da taxa básica de juros Selic.
O mercado projeta que a Selic pode alcançar até 16%, impulsionada por preocupações com inflação descontrolada e o aumento da dívida pública, agravando as tensões econômicas.
Além disso, o Congresso continua pressionando por mudanças na política fiscal, enquanto a crise das emendas intensifica os conflitos entre Legislativo e Executivo.
A tentativa do governo de liberar emendas parcialmente não reduziu o estresse do mercado, evidenciando o desgaste político na negociação com o Congresso.
A articulação política precisará focar na aprovação do Orçamento e na implementação de novas medidas fiscais para restaurar a confiança institucional.
Ao mesmo tempo, o governo busca apoio de líderes como Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), oferecendo incentivos políticos para consolidar uma base parlamentar sólida.
Washington Quaquá, vice-presidente do PT, defendeu publicamente o diálogo com o Centrão para evitar crises maiores e garantir uma governabilidade estável para Lula.
Questões relacionadas à saúde de Lula também pesam sobre o cenário político, trazendo incertezas quanto à sua candidatura para as eleições de 2026.
Apesar de boletins médicos tranquilizantes, o pessimismo econômico persiste, com a maioria dos brasileiros acreditando que a economia segue no rumo errado.
A confiança no futuro econômico caiu ao menor nível desde 2020, destacando desafios para o governo reconquistar o otimismo popular.
Dados recentes indicam que apenas 47% dos brasileiros acreditam em uma melhora geral, refletindo o aumento das preocupações com a inflação.
Comparado ao otimismo de anos anteriores, o clima atual aponta para desafios significativos no esforço de Lula para reconquistar a confiança popular.
EUA
Nesta quinta-feira (2), o mercado norte-americano observa a divulgação do índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial de dezembro e o volume de pedidos de auxílio-desemprego da semana.
Ásia
China – O PMI industrial da China caiu de 51,5 em novembro para 50,5 em dezembro, abaixo da projeção de 51,7, segundo S&P Global e Caixin.
Apesar da desaceleração, o índice permaneceu acima de 50 pelo terceiro mês consecutivo, indicando expansão da atividade industrial.