Nesta segunda-feira (2), o dólar comercial (compra) encerrou em alta de 1,07%, cotado a R$6,06.
Galípolo diz que Brasil terá ‘juros alto por mais tempo’ – veja por qual motivo
ATUALIZAÇÕES DAS COTAÇÕES DO DÓLAR:
- – 9:05: Dólar comercial (compra): +0,40%, cotado a R$ 6,023.
Na sessão anterior…
Na última sexta-feira, 29 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,19%, cotado a R$ 6,00 – o maior valor de fechamento da história.
O que influencia o dólar?
O último pregão foi agitado devido à formação da Ptax, com o dólar acima de R$ 6,10 antes de recuar após declarações favoráveis de líderes do Congresso Nacional sobre o pacote fiscal e realização de lucros no mercado.
A isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil influenciou o câmbio.
Nesta semana, Brasília recebe a PEC de Contenção de Gastos, enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o seu Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre e os EUA apresentarão o Payroll.
Com o dólar em alta, espera-se um aumento de 0,75% na taxa básica de juros Selic na reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (COPOM), com possibilidade de ser maior, a depender do PIB.
Atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano.
Brasil
Nesta segunda-feira (2), o mercado financeiro local observa as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), para IPCA (inflação), PIB (crescimento), Selic (juros) e câmbio (dólar) em 2024, 2025, 2026 e 2027.
Além disso, os participantes vão monitorar a participação de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e presidente eleito do Banco Central (BC), no Fórum Político da XP, em São Paulo (SP).
O pacote fiscal
O mercado financeiro está atento à tramitação dos dois textos de contenção de gastos que chegaram à Câmara dos Deputados.
No fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu os comandantes das Forças Armadas, que pediram uma transição mais longa para a idade mínima de 55 anos, proposta a ser encaminhada ao Ministério da Fazenda.
Durante uma entrevista, o ministro Fernando Haddad reforçou que o pacote fiscal não seria uma solução final e que ajustes adicionais podem ser necessários caso surjam riscos para o controle de despesas.
Ele destacou a importância do controle fiscal para evitar impactos econômicos, como a alta de juros e do dólar.
Sobre o Imposto de Renda
Haddad criticou o vazamento da proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil, que influenciou a valorização do dólar, que fechou acima de R$ 6,00 pela primeira vez.
Ele afirmou que a isenção somente vai ser implementada em 2025 e se for fiscalmente neutra. Ele também sugeriu a introdução de uma alíquota mínima de 10% para os mais ricos.
Sobre o câmbio, Haddad evitou sugerir intervenção e enfatizou que cabe ao Banco Central agir caso necessário.
Analistas indicam que a alta do dólar reflete um aumento no prêmio de risco fiscal, e não disfunções no mercado.
O projeto de lei complementar (PL) do pacote de contenção de gastos do governo inclui uma medida que permite a livre aplicação do superávit financeiro de alguns fundos entre 2025 e 2030.
Essa flexibilização possibilita que o governo use os recursos para diversas despesas, inclusive discricionárias, sem necessariamente cortar gastos, assim, com liberação de receitas normalmente vinculadas.
O Tesouro Nacional poderá redirecionar os saldos desses fundos, que atualmente estão alocados em seu caixa e destinados a despesas específicas.
Dessa forma, caso sejam utilizados em despesas primárias, terão impacto direto no resultado primário do orçamento.
O texto do projeto destina até 25% do superávit financeiro para ações relacionadas a mudanças climáticas e transformação ecológica.
Orçamento
Na noite de sexta-feira (29), o governo publicou um relatório que reduziu o bloqueio no Orçamento de R$ 19,30 bilhões para R$ 17,60 bilhões, menos de uma semana após anunciar a necessidade de maior contenção fiscal.
Cortes na Lei Aldir Blanc acompanharam a redução, afetando o repasse de recursos para a cultura em Estados e municípios.
Essa medida visa compensar o aumento de despesas obrigatórias, como benefícios da Previdência, e respeitar o teto de gastos do arcabouço fiscal.
Além disso, o governo revisou a previsão de déficit primário para R$ 27,746 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão abaixo da estimativa anterior. Ele ficou mais próximo ao piso da meta fiscal.
EUA
Em resumo, nesta segunda-feira (2), o mercado norte-americano observa o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial de novembro.
Além disso, investidores monitoram falas dos dirigentes do Federal Reserve (FED), Christopher Waller e John Williams.
Ásia
China – O PMI industrial da China subiu de 50,30 em outubro para 51,50 pontos em novembro. O dado foi o maior nível desde junho, segundo a S&P Global e a Caixin.
O resultado superou as expectativas, que previam estabilidade em 50,30, e indica uma expansão mais forte no setor manufatureiro chinês no mês.
Japão – O PMI industrial do Japão caiu de 49,20 em outubro para 49,00 pontos em novembro. Esse foi o menor nível em oito meses, segundo a S&P Global e o Jibun Bank.
Por fim, o resultado confirmou a estimativa preliminar e indica que o setor manufatureiro japonês continua em contração.