Na sessão anterior…
Na última terça-feira, 3 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,21%, cotado a R$ 6,05.
O que influencia o dólar?
Enquanto o dólar segue pressionado pelo cenário fiscal desfavorável no Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu 0,9% no terceiro trimestre e 4% no acumulado anual, o que levou o crescimento a um nível recorde.
O aumento do consumo das famílias e do governo impulsionou a economia, mas o Banco Central (BC) pode elevar ainda mais a taxa de juros para controlar a inflação e atrair capital estrangeiro (carry trade).
Na Coreia do Sul, o presidente decretou lei marcial, suspendendo liberdades civis e censurando a imprensa. Apesar da ocupação militar no parlamento, os deputados aprovaram uma moção declarando a medida ilegal.
Nos EUA, o aumento nas vagas de emprego em outubro reforça expectativas para os dados do Payroll na sexta-feira (6), determinantes para as próximas decisões do Federal Reserve (FED) sobre cortes de juros.
Divergências entre dirigentes do Fed destacam a incerteza sobre a política monetária no curto prazo, em um cenário de políticas protecionistas com Donald Trump.
Na China, o mercado aguarda novos estímulos econômicos que possam impulsionar os preços das commodities globalmente.
Brasil
Nesta quarta-feira (4), o mercado financeiro local observa os dados da produção industrial em outubro, a ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo estimativas, o índice deve desacelerar, após a forte expansão de 1,1% em setembro.
Além disso, será monitora a participação de Fernando Haddad (PT-SP) no site Jota, para debater o equilíbrio na economia, às 11:00.
PIB e a Selic
O Produto Interno Bruto (PIB) do 3º trimestre de 2023 cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior, um nível recorde na série histórica do IBGE. O resultado foi impulsionado pelo consumo das famílias (+1,5%) e pelo setor de serviços (+0,9%), ambos em máximas históricas. Além disso, o IBGE revisou para cima o crescimento do PIB anual de 2023 (de 2,9% para 3,2%) e do 1º trimestre (de 1% para 1,1%).
O mercado, no entanto, reagiu com cautela. O crescimento econômico gerou preocupações com a inflação, especialmente em meio à alta do dólar, que segue em ritmo na casa dos R$ 6, e às perspectivas de aperto na política monetária.
Analistas preveem aceleração no aumento da taxa básica de juros Selic, com projeções de alta para 13,25% ou até 15% em 2024.
Instituições financeiras revisaram suas previsões para o PIB de 2024, com projeções subindo para 3,3% (BTG), 3,4% (Goldman Sachs) e 3,5% (Ibre/FGV).
No entanto, espera-se desaceleração no 4º trimestre deste ano, com mediana de crescimento de 0,3%. Para 2025, a previsão de crescimento foi ajustada para 2,0%.
Urgência no pacote de corte de gastos
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), protocolou dois requerimentos de urgência para o pacote fiscal proposto pelo Executivo.
No entanto, líderes partidários resistem a apoiar as medidas, insatisfeitos com as exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a execução de emendas parlamentares.
Para amenizar o impasse, o Planalto liberou R$ 8 bilhões em emendas, com promessa de desbloquear outros R$ 8 bilhões até dezembro, desde que cumpridas as exigências de transparência nas chamadas “emendas Pix” e de comissão.
As urgências referem-se a projetos que tratam do salário mínimo, do BPC e a uma PEC que inclui a nova Desvinculação de Receitas da União (DRU).
A proposta ampliaria o montante desengessado do orçamento de R$ 10,6 bilhões para R$ 44,3 bilhões em 2024, com vigência até 2032.
Com apenas três semanas para aprovação, o governo corre contra o tempo para viabilizar as medidas ainda este ano, enfrentando desafios tanto técnicos quanto políticos no Congresso.
Novos diretores do BC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) enviou ao Senado as indicações dos novos diretores do Banco Central (BC), com posse prevista para janeiro de 2025.
Os nomes confirmados são: Nilton David para a diretoria de Política Monetária, Izabela Correa para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, e Gilneu Vivan para a diretoria de Regulação do Sistema Financeiro.
As mensagens foram publicadas em edição extra do Diário Oficial na terça-feira (3).
EUA
Nesta quarta-feira (4), o mercado norte-americano observa mais um relatório com dados do mercado de trabalho por lá. Dessa vez, é o ADP, que deve apontar a criação de 165 mil vagas de emprego em outubro no setor privado, o que marca uma desaceleração contra novembro, quando 223 mil postos de trabalho foram abertos, conforme estimativas.
Além disso, será informado o Índice de gerente de compras (PMI) composto de novembro e apresentação do Livro Bege.
Nesse sentido, o presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, participa de evento do New York Times.
Europa
Alemanha – O índice gerente de compra (PMI) de serviços da Alemanha caiu para 49,3 em novembro, o menor nível em nove meses, indicando contração da atividade.
O dado, divulgado pela S&P Global em parceria com o Hamburg Commercial Bank, ficou abaixo da estimativa preliminar e das projeções de analistas (49,4).
Já o PMI composto, que abrange serviços e indústria, recuou de 48,6 para 47,2, também abaixo das expectativas.
Leituras abaixo de 50 sinalizam retração econômica, reforçando preocupações com o desempenho da maior economia da Europa.