Na sessão anterior…
Na última segunda-feira, 9 de dezembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,19%, cotado a R$ 6,08.
O que influencia o dólar?
Nem as promessas da China de estímulos fiscais e monetários para 2025 conseguiram aliviar a desvalorização do real frente ao dólar, mesmo com a alta nos preços das commodities, impulsionados pela demanda chinesa, no último pregão.
O câmbio está mais sensível ao avanço do pacote fiscal, travado pela decisão do ministro Flávio Dino sobre o pagamento de emendas parlamentares. Com o recesso iminente, há risco de adiamento para 2025.
Além disso, o mercado aguarda o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro e a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM), que deve anunciar uma alta na Selic, com apostas de 0,75% ou 1%.
Apesar do cenário favorável ao carry trade, com juros elevados no Brasil e cortes esperados nos EUA, o mercado aposta em pouca valorização do real até o final do ano, com reflexo sobre a perda de credibilidade fiscal do país.
Brasil
Nesta terça-feira (10), o mercado financeiro local observa os dados da inflação com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro.
Segundo estimativas, o indicador deve desacelerar para 0,36%, contra 0,56% em outubro, sem chance de esvaziar as pressões para a taxa Selic.
Além disso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informa o Índice Gerente de Compras – Mercados (IGP-M) de dezembro em sua primeira leitura.
Investidores ainda monitoram a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado dos indicados para a diretoria do Banco Central (BC): Nilton David (Política Monetária), Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Gilneu Vivan (Regulação).
Nesta terça-feira (10), o Comitê de Política Monetária (COPOM) faz a primeira reunião do mês para definir a taxa de juros por aqui e o resultado deve sair amanhã, com a segunda rodada de conversas.
Parlamentares resistentes ao pacote fiscal
A resistência dos parlamentares em votar o pacote fiscal devido a disputas por emendas gerou uma crise, mas o governo conseguiu contornar o impasse.
Para acelerar o pagamento de R$ 6,4 bilhões em emendas, o governo anunciou a edição de portarias, distribuindo R$ 4,1 bilhões para emendas de comissão e R$ 2,3 bilhões para emendas de bancada.
A solução veio após uma reunião emergencial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), onde foi pedido um esforço para garantir a votação do pacote fiscal ainda este ano.
Parlamentares, contudo, criticaram as regras rígidas impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que dificultaram o clima para votações.
Na Câmara, Lira ainda não definiu uma data para votação do pacote, mas indicou melhorias no ambiente político.
O ministro Fernando Haddad (PT-SP) demonstrou confiança no acordo e afirmou que a agenda econômica não será prejudicada.
Ele destacou a importância de credibilidade para estimular os mercados e defendeu os cálculos de impacto fiscal apresentados pelo governo, alinhando expectativas com bancos e economistas.
Reforma tributária
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) apresentou seu relatório da reforma tributária, propondo mudanças que podem elevar a alíquota média do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) de 27,97% para 28,1%, um impacto adicional de 0,13 ponto percentual.
O texto prevê medidas rigorosas caso a alíquota ultrapasse o limite de 26,5% estipulado pela Câmara, exigindo que o Executivo proponha soluções para equilibrar o imposto e revisar regimes favorecidos.
Entre as mudanças, o relatório inclui armas e munições no “imposto do pecado”, reduz tributos sobre imóveis, aplica imposto seletivo ao plástico e oferece cashback para telefonia.
Apesar das alterações, o ministro Haddad afirmou que as mudanças não afetam significativamente a estrutura da reforma, mantendo a alíquota dentro das projeções da Fazenda.
EUA
Nesta terça-feira (10), o mercado norte-americano está com a agenda de indicadores esvaziada.
Investidores por lá operam com expectativas pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que será divulgado amanhã, quarta-feira (11).
A espera é para medir o efeito do indicador sobre a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (FED) sobre a política monetária. As apostas é de que seja realizado um corte de 25 ponto-base do juro no dia 18 de dezembro.
Europa
Alemanha – A inflação anual ao consumidor (CPI) da Alemanha subiu para 2,2% em novembro, acima dos 2,0% de outubro, segundo o Destatis.
Em relação ao mês anterior, o CPI recuou 0,2%. Os resultados confirmaram as estimativas preliminares e ficaram em linha com as previsões de analistas.
Ásia
China – Em novembro, as exportações chinesas cresceram 6,7% em relação ao ano anterior, desacelerando frente ao aumento de 12,7% em outubro e abaixo da expectativa de 8,4%.
As importações caíram 3,9%, ampliando a retração de 2,3% de outubro e contrariando a previsão de alta de 0,8%.
Apesar disso, a China registrou um superávit comercial de US$ 97,44 bilhões, superior ao saldo de US$ 95,27 bilhões de outubro e à projeção de US$ 92,8 bilhões.