Os memes, conhecidos por sua viralização na internet e influência no cotidiano, encontraram uma nova forma de impactar o mundo ao mexer com o bolso dos investidores. Isso porque, as memecoins, moedas digitais inspiradas em piadas e tendências virais, estão revolucionando o mercado financeiro e apresentando um crescimento surpreendente.
Recentemente, o mundo das finanças tem se surpreendido com as altas estrondosas das memecoins atreladas às eleições dos Estados Unidos. O KAMA, memecoin inspirado em Kamala Harris, disparou mais de 100% após Joe Biden desistir da reeleição. Já as memecoins relacionadas a Donald Trump acumulam altas de mais de 500% desde que o candidato do Partido Republicano sofreu um atentado.
No geral, durante o primeiro semestre deste ano, o mercado mostrou seu engajamento com essas moedas. As dez principais memecoins da blockchain Solana valorizaram, em média, 1.385,8%, segundo dados da Coingecko.
As cinco maiores em capitalização na rede dispararam 8.469%.
Memecoins inspirado em brasileiros
Ainda de acordo com a Coingecko, no primeiro semestre de 2024, o Brasil se tornou o segundo maior mercado de memecoins, atrás apenas dos Estados Unidos, com cerca de 9% das transações globais desses ativos.
No Brasil, o cenário de produção de memes na internet é movimentado, colocando o país em destaque. O viral mais recente, Taxad, uma onda de memes sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem impactado o mercado doméstico. Se a tendência das memecoins pegar entre os brasileiros, é possível que surjam moedas baseadas em memes brasileiros?
Fernando Pereira, analista da exchange Bitget, acredita que sim. No entanto, apesar desse potencial, o volume de negociações de criptomoedas no país ainda é pequeno para que essas memecoins ganhem valor significativo, comparável ao visto com moedas associadas a figuras internacionais como Trump e Harris.
“O Brasil ainda não faz volume suficiente para que notícias políticas locais influenciem o mercado de criptomoedas. O mercado ainda é muito pequeno para que essas memecoins tenham grandes valorizações, a não ser que sejam lançadas por grandes players do setor”, explica Pereira.
Segundo levantamento da Triple-A, o País possui, atualmente, 26 milhões de investidores em criptomoedas, 12% do total de pessoas que possuem algum criptoativo no mundo (420 milhões).
Desafios para impulsionar adoção das criptos no Brasil
Para impulsionar o mercado de criptomoedas no Brasil, o analista da Bitget destaca a importância da regulamentação desse mercado e o avanço na educação financeira. “Eventos como o Blockchain.RIO, que ajudam a promover o setor de maneira positiva e espalhar educação financeira são cruciais. Aleḿ disso, a chegada de grandes exchanges, como a Bitget, também contribui para a credibilidade do mercado”, afirmou.
Para ele, a chegada do Drex pode facilitar a adoção de criptomoedas entre os brasileiros. “Embora o Drex seja uma criptomoeda centralizada, sua adoção em massa pode endossar outras moedas digitais descentralizada,” disse Pereira.
Mas afinal, vale a pena comprar memecoins?
Quanto a essa dúvida, Pereira é claro: “Eles são uma aventura, não um investimento. Para quem gostar do risco, vale! Mas são especulativos e devem ser tratados como tal. Investimentos devem ser direcionados a moedas mais consolidadas, como o Bitcoin.”