Pesquisas da Mckinsey, PwC e outras empresas de Consultoria constatam cada vez mais que a diversidade e inclusão nas empresas gera os melhores resultados, favorece o aumento do desempenho financeiro e permite a inovação. Em outras palavras, diversidade é uma estratégia de negócio que vale ouro!

Mas para que esse desempenho financeiro cresça na mesma proporção dos valores pautados em equidade, não basta somente que as organizações se comprometam em criar programas de diversidade e inclusão. É preciso que tais programas, de fato, engajem todos os envolvidos e principalmente capacite as lideranças para que promovam esse movimento de responsabilidade social em cadeia, desde o topo da pirâmide até sua base.

A Securities and Exchange Commission, órgão responsável por regular o mercado de ações nos Estados Unidos, aprovou em 2021 uma exigência de que todas as empresas listadas na Nasdaq – considerada a bolsa de valores mais tecnológica do mundo – deverão ter um Conselho Administrativo com lideranças mais diversas, ou seja, com representantes de grupos minorizados, como mulheres, pessoas negras e pessoas LGBTQIA+.

É no topo que começam as verdadeiras mudanças!

Com um conselho administrativo diverso, as organizações precisarão divulgar com transparência dados que mostrem não somente as pessoas que compõem seus Conselhos e departamentos, mas principalmente que garantam a segurança de quem investe em empresas de capital aberto e que trabalham com as práticas ESG (Ambiental, Social e Governança).

Mas como identificar se uma instituição tem a diversidade como base da sua estrutura organizacional? Através do Censo Interseccional de Diversidade e Inclusão, por exemplo, é possível mapear o perfil dos funcionários e ajudar na promoção de um ambiente de trabalho onde todos tenham oportunidades iguais na carreira, livre dos preconceitos.

Através desse mapeamento interseccional, que faz uma leitura de cada colaborador no contexto de diversidade, o gestor dá o primeiro passo para conhecer e entender a pluralidade que existe entre seus colaboradores, e a partir daí, desenhar metas e prazos para promover programas que atendam a essa pauta.

Precisamos capacitar lideranças no tema de diversidade e inclusão

Muitas organizações precisam avançar na construção e execução de programas de D & I, pois uma parcela delas ainda enxergam a diversidade como um obstáculo para seu crescimento econômico. Mas como citamos lá no início do texto, diversidade gera os melhores resultados. A questão é que algumas empresas não estão capacitando suas lideranças, que são justamente o topo da pirâmide!

O estudo “Global Diversity e Inclusion“, da PwC, revelou que 76% dos gestores acreditam que a pauta da diversidade é prioridade, porém mostrou que apenas 5% das organizações estão tendo sucesso no desenho e execução de programas de diversidade e inclusão” (Fonte: Jornal O Tempo).

O papel do Conselho Administrativo diverso é levar representatividade aos locais de tomada de decisão, onde as estratégias de negócio são construídas. Nenhuma empresa quer perder dinheiro e muito menos investir de forma errada, e para isso precisarão se adequar ao “novo normal” da bolsa de valores se pretendem permanecer no mercado com o saldo positivo.

A presença cada vez maior de grupos de afinidades nas empresas vem sendo fator chave para ajudar na construção de ambientes de trabalho mais diversos. Tais grupos são aliados fundamentais nos programas de D&I e essenciais para impulsionar as prioridades estratégicas das organizações.

Se querem lucrar, sejam mais DIVERSAS!

Pode parecer pouco, mas exigir que os Conselhos Administrativos das empresas tenham no mínimo 02 lideranças com representantes de grupos minorizados, sendo uma mulher e algum outro representante que se identifique como de outras minorias, como pessoas negras e pessoas LGBTQIA+, é na verdade um enorme avanço e uma decisão de grande impacto no mercado financeiro.

O Vale do Silício respira a pauta de diversidade pois sabe que, estrategicamente falando, ter diversidade cultural, de raças, gênero e vivências permite infinitas trocas de ideias e talentos que irão favorecer e impactar diretamente nos negócios.

O segredo do sucesso é a diversidade! Mais que isso, é estimular o crescimento inclusivo dentro das organizações para trazer mais diversidade, começando pelo topo, pelos líderes e executivos, e assim, impulsionar as economias do mundo.

Carla Araújo

Carla Araújo é Analista de Comunicação no ID_BR – Instituto Identidades do Brasil, graduada em Letras Português – Inglês (UFF) com extensão em Fundamentos de Marketing em Mídias Sociais (PUC-Rio). É uma apaixonada pela escrita criativa e de impacto, alguém que enxerga no final da zona de conforto o lugar ideal para o recomeço e para os desafios. Gosta de escrever e compartilhar conteúdos relevantes, sobre cultura corporativa, atualidades, causas sociais, meio ambiente, diversidade e pauta racial. Na vida pessoal e no trabalho, é uma pessoa destemida, resiliente e que acredita no poder da oportunidade!

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte