A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já pedia informações, e isto adiantou pouco. Agora a B3 quer obrigar as empresas listadas a ter diversidade no Conselho ou na Diretoria. A norma deverá entrar em vigor em 2023, com dois anos de tolerância para a aplicação (estabelecendo-se 2025, portanto, como data limite) e, assim, as companhias abertas deverão avançar na inclusão de mulheres em seu board, bem como integrantes de grupos minoritários. Se não o fizerem precisarão se justificar — regra do “pratique ou explique” — ou correrão o risco de serem excluídas da listagem na Bolsa Brasileira. 

Se de um lado há o que se comemorar, com a exigência de uma governança mais adequada aos tempos marcados pelo ESG, de outro há que se reclamar da demora. Com o mercado internacionalizado, o Brasil caminha a passos lentos no quesito diversidade e inclusão. Aliás, a própria Bolsa sabe que do universo de 423 listadas, 60% das companhias não têm uma mulher sequer entre seus diretores estatutários e 37% não possuem participação feminina no Conselho de Administração, conforme levantamento feito pela própria B3.

Não custa lembrar que esta medida encontra paralelo nos sistemas de listagem do Reino Unido — que, também, criou a política do “pratique ou explique” — bem como na regulação das Bolsas dos Estados Unidos (Nasdaq), Austrália, Hong Kong, Tokyo e Cingapura. A B3 abriu consulta pública, até 16 de setembro. E até este dia 22 (agosto) a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) recebe sugestões e comentários de suas associadas para consolidar uma posição. 

“Entendemos como papel da B3 também ajudar a induzir mudanças e avanços no mercado financeiro. O tema da diversidade é um dos que precisamos priorizar, e acreditamos que a implantação das melhores práticas deve ocorrer de maneira progressiva, com prazos que permitam a necessária evolução da diversidade dentro das companhias”, explicou Viviane Basso, vice-presidente de Operações – Emissores, Depositária e Balcão da B3.

No ano passado (2021) nasceram 2,6 milhões de brasileirinhos. Em 2019 o número foi maior, mas vamos simplificar e fazer uma continha rápida. Se tivermos a média de 2,6 milhões de nascimentos/ano, até a efetivação da norma da diversidade terão nascido em 2022, 23, 24, 25 aproximadamente 10,4 milhões de crianças. Destas, pra arredondar, mais de 5 milhões serão meninas.  Oxalá tenham mais sorte que suas mães e avós, porque para as suas bisavós talvez não haja tempo de comemorar.  

HIDROGÊNIO  

Brasil e Alemanha debaterão o Hidrogênio Verde, dia 24 próximo, durante a “Intersolar South America”, feira voltada ao setor solar. Evento ocorrerá em São Paulo mas tem apoio da Câmara de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, com o objetivo de fomentar a transição energética no Brasil por meio da promoção de energias renováveis. Expectativa é que sejam debatidas as tendências do mercado, discutindo-se as oportunidades de cooperação entre indústria, setor financeiro e instituições acadêmicas.

Também na pauta, a implementação do Projeto H2Brasil, de Hidrogênio Verde, com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ, na sigla em alemão).

GEE

A Ambipar Bleu Technologies – empresa pioneira em soluções blockchain (BaaS)  – desenvolveu plataforma para gestão de inventário de gases do efeito estufa (GEE), batizada de Genio Carbon, visando auxiliar gestores de sustentabilidade e meio ambiente corporativos a relatar, com precisão e armazenamento de evidências, as emissões de gases de efeito estufa de toda a cadeia produtiva, ou seja, escopos 1, 2 e 3. 

A plataforma mensura as emissões de gases oriundos dos processos e cadeias produtivas de forma simples, segura e rastreada, gerando relatórios práticos, quais e quantos GEE foram produzidos em determinado ciclo industrial ou serviço, fornecendo ao cliente a possibilidade de analisar todas as emissões do seu processo produtivo. 

VAREJO

O varejo, no geral, precisa dar um “up” na gestão e desenvolver novas estratégias. Por isso o Conselho de Administração das Americanas se debruçou na busca de um nome de peso para fazer a transição na Diretoria. 

E escolheu Sergio Rial (ex-Big Boss do Santander Brasil), que sucederá a Miguel Gutierrez em 1º de Janeiro de 2023. 

TRAINEE 

A Suzano abriu inscrições para o Programa de Trainee 2023. “Alinhado ao compromisso da companhia em ser cada vez mais diversa e plural, o processo seletivo irá considerar todos os cursos e instituições e o idioma inglês não será critério de avaliação”, avisa, em nota, a companhia. Interessados poderão se inscrever até o dia 9 de setembro pelo link https://www.suzano.com.br/traineesuzano/

INCLUSÃO

A Braskem dá início ao processo de inscrições para o seu Programa de Estágio 2023. Nesta edição são oferecidas mais de 370 vagas, sendo  165 para São Paulo. O estágio compreende os níveis universitário e técnico nas cidades de Campinas, Cubatão, Mauá, Paulínia, Santo André e Capital. 

As outras vagas são disponibilizadas nos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Sul. Os interessados têm prazo para inscrição até 12 de setembro e deverão acessar o site https://www.braskem.com.br/carreira.

AMAZÔNIA

A premiada jornalista, e escritora, Eliane Brum, lançará no dia 13 de setembro próximo um veículo de imprensa trilíngue, com sede em Altamira (PA). O nome do produto, materializado em site, recebe o nome de Sumaúma e terá como foco a cobertura sobre a Amazônia. 

A iniciativa tem parcerias com o jornalista britânico Jonathan Watts, editor global de meio ambiente do The Guardian (e que vive há um ano na região), mais as jornalistas Carla Jimenez, ex-diretora do El País no Brasil, e Talita Bedinelli, ex-editora do El País Brasil. A peruana Verónica Goyzueta, de vasta experiência como correspondente internacional, se mudará para Altamira e também fará parte da equipe de Sumaúma.

O projeto contempla um laboratório para contribuir com a formação de jornalistas que moram na Amazônia e contará com um Conselho, composto majoritariamente por lideranças da floresta, para definir os rumos da cobertura sobre a região.

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