Investir na pauta de Diversidade e Inclusão (D & I) é uma grande estratégia de negócio que vem sendo inserida nos princípios de ESG (Environmental, Governance e Social), potencializando e ampliando os espaços de tomada de decisão dos grupos vistos como minorias. Ao enxergar nestas pautas a possibilidade de levar a diversidade para o mercado financeiro, empresas apostam em uma modalidade de investimento que prioriza os valores sociais através do empreendedorismo: o investimento em fundos de Private Equity. 

O conceito de Private equity está diretamente relacionado à necessidade de uma sólida parceria entre investidores e empreendedores. Nesta relação ganha – ganha, a empresa que decide investir em um negócio não entra somente com o aporte financeiro, mas também com participação na gestão, na parte estratégica e expertise, para gerar valor àquele investimento e auxiliar o empreendedor a abrir o seu próprio capital.  

Desde a  morte de George Floyd, em maio de 2020, empresas norte-americanas resolveram olhar para dentro de suas estruturas, a fim de identificar se seus valores e cultura organizacionais, estavam de fato, falando a mesma língua sobre a importância da inclusão racial. Provavelmente descobriram que ali havia um distanciamento, causado pelo vácuo no diálogo sobre diversidade e inclusão, e entenderam a urgência de se posicionarem e investirem na promoção da igualdade racial. 

Por décadas, inúmeros esforços têm sido depositados em organizações sociais, empresas públicas e privadas, para que pessoas negras sejam também representadas e visibilizadas no ambiente corporativo. Porém todo esse movimento  parece ser em vão, cada vez que nos deparamos com o aumento dos índices de desigualdade racial. 

Investir com propósito e foco na diversidade e inclusão racial

Em um artigo postado pela Mckinsey em dezembro de 2020, foi feita a análise sobre a participação financeira de empresas em iniciativas pela igualdade racial. No período de novembro de 2020 a maio de 2021, identificou-se que mais de 1000 empresas e instituições filantrópicas dedicaram 200 bilhões de dólares para aumentar o número de ações afirmativas relacionadas à justiça racial. 

No Brasil, Oscar Decotelli, um do conselheiros do ID_BR e CEO e sócio-fundador da DXA Invest, a primeira gestora de recursos em Private Equity Fintech do país, entendeu a importância em dar foco às práticas ESG, investindo capital privado em negócios desenvolvidos por empreendedores negros. Quando Decotelli diz que pessoas negras estão no seu foco, ele não apenas se posiciona enquanto investidor, aplicando em um nicho de mercado que é estrategicamente rentável, mas principalmente destaca o aspecto social dos princípios ESG, se comprometendo com a pauta antirracista.

Decotelli identificou a oportunidade de investir nos empreendedores negros localizados fora dos grandes centros de negócio, que muitas vezes não conseguiam expandir seus empreendimentos, pois sempre esbarravam nos embargos financeiros. 

Parcerias que transformam!

Luana Ozemela, economista e ativista no movimento negro gaúcho, é CEO da DIMA, uma consultoria financeira de investimento internacional que conecta negócios entre a América Latina e o mercado árabe, e também investe em empresas fundadas por empreendedores negros. Ao lado do sócio e gestor financeiro Oscar Decotelli, pretendem lançar em outubro deste ano o Roots Funding, uma iniciativa global de fundo de investimento, que tem como principal objetivo prover recursos para negócios criados por pessoas negras, mulheres, indígenas e LGBTQIA+ da América Latina.

Através da captação de recursos financeiros de investidores privados e bancos, por exemplo, o Fundo Roots pretende fazer com que estes investidores comprem pequenas participações em empresas criadas por empreendedores negros. 

O olhar de negócios de Luana e Oscar está direcionado justamente para a diversidade e inclusão racial, que a cada dia se mostra um verdadeiro celeiro de talentos, ideias e negócios capazes de gerar ótimos resultados. Nessa parceria assertiva entre a experiência em gestão financeira, de Decotelli,  e o expertise em medição de impactos de risco, de Luana Ozemela, ambos serão os primeiros negros a liderar um fundo de investimento internacional.

Ações como esta fortalecem o aumento no índice de empregabilidade e a presença de pessoas negras nos mais diversos espaços, como líderes de grandes empresas e tomadores de decisões.

Carla Araújo – Ex-analista de Comunicação do IDB_R – Instituto Identidades do Brasil, graduada em Letras Português – Inglês (UFF) com extensão em Fundamentos de Marketing em Mídias Sociais (PUC-Rio). É uma apaixonada pela escrita criativa e de impacto, alguém que enxerga no final da zona de conforto o lugar ideal para o recomeço e para os desafios. Gosta de escrever e compartilhar conteúdos relevantes, sobre cultura corporativa, atualidades, causas sociais, meio ambiente, diversidade e pauta racial. Na vida pessoal e no trabalho, é uma pessoa destemida, resiliente e que acredita no poder da oportunidade!

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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte