Apesar das políticas públicas e das campanhas destinadas a valorizar a força de trabalho, independentemente de gênero, idade, raça e outras diversidades, a igualdade salarial permanece uma realidade distante em muitos países. Os aumentos salariais reportados pelas mulheres no último ano não acompanharam os dos homens, e a perspectiva para 2023 é que a situação se mantenha globalmente, conforme aponta o relatório People at Work 2023: A Global Workforce View do ADP Research Institute.
De forma geral, as promoções salariais para homens tiveram um incremento de 6,7%, enquanto para as mulheres esse aumento foi de apenas 6%. Para o próximo ano, eles projetam um aumento salarial de 8,5%, enquanto elas estimam apenas 8%. No Brasil, o cenário muda um pouco. Os homens afirmam ter recebido aumentos salariais de 6,9% em 2022, enquanto as mulheres dizem ter recebido 6,6%. Para os próximos 12 meses, a expectativa do levantamento é de que haja um aumento salarial de 10% para ambos os gêneros.
“Igualdade salarial ainda é um tema estrutural em nossas sociedades que permeia os mercados de trabalho global. Uma das crenças é que os homens ainda são os principais provedores dos lares. De acordo com estudos da ONU Mulher, globalmente, apenas 38% dos lares são formados por um casal tradicional de “pais & mães” e filhos, enquanto 62% dos lares são formados por diferentes configurações, sendo que 2/3 desses são mantidos apenas por mulheres, ou seja, de fato aproximadamente metade dos lares no mundo são providos apenas por mulheres”, afirma Claudio Maggieri, gerente geral para a América Latina na ADP.
O estudo, que investigou a percepção de colaboradores sobre o presente e o futuro do trabalho, contou com a participação de mais de 30 mil pessoas entrevistadas em 17 países, sendo que mais de 5 mil se encontravam na América Latina. A coleta de dados ocorreu entre 28 de outubro e 18 de novembro de 2022.
Com informações Exame