Nos últimos 30 anos, desde a Rio-92, houve uma mudança significativa na conscientização e abordagem da sustentabilidade, inclusive hoje, 5 de junho, é Dia Mundial do Meio Ambiente. Ter uma data para alertar o mundo aumenta a consciência coletiva sobre as questões ambientais, principalmente, à medida que as pessoas vivem cada vez mais as consequências do aquecimento global. A preocupação é crescente e pode ser mensurada, pois a área certificada FSC aumentou mais de 45% nos últimos dez anos no Brasil. No mesmo período, o número de certificados de cadeia de custódia – que garantem a rastreabilidade desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até o produto que chega ao consumidor final – cresceu 25%.

Em 2022, o FSC, sistema de certificação florestal, divulgou uma pesquisa feita pela Ipsos: a maioria dos entrevistados (71%) prefere escolher produtos que não prejudiquem plantas e animais e 59% preferem escolher produtos que não contribuam para a crise climática.

Certificação abre caminhos

Há também uma maior diversificação das certificações que, além da madeira, hoje incluem produtos florestais não madeireiros, como erva-mate, borracha, castanhas e açaí, subprodutos da madeira, como lignina e licor negro, e até mesmo serviços ecossistêmicos. Atualmente,  são 20 serviços ecossistêmicos verificados no país, de 10 organizações diferentes, sendo nove de Conservação da Biodiversidade, cinco de Sequestro e Armazenamento de Carbono, quatro de Bacias Hidrográficas e dois de Serviços Recreacionais.

Se o Brasil adotar efetivamente o manejo florestal responsável e voltar seu foco para as florestas, haverá inúmeros benefícios. “O setor florestal é um dos poucos setores econômicos capazes de gerar valor ambiental, social e financeiro simultaneamente, em larga escala e com impactos positivos para pequenos produtores e comunidades tradicionais e indígenas”, diz Elson Fernandes de Lima, diretor executivo do FSC Brasil. “Investir nesse setor colocaria o Brasil na vanguarda da nova economia baseada na natureza, ou seja, focada em produtos biológicos e de baixa emissão de carbono”, completa.

Além disso, geraria emprego e renda, melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas que vivem e dependem das florestas. A certificação ainda pode abrir oportunidades de mercado internacional e exportação para produtos brasileiros, o que acontece pela melhoria da imagem das empresas brasileiras, demonstrando seu comprometimento com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Negócios e projetos certificados também têm acesso mais fácil a financiamentos e investimentos, pois são vistos como menos arriscados e mais alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Dia do Meio Ambiente

No Dia do Meio Ambiente, celebrado nesta quarta, 5 de junho, mais do que nunca, é preciso reforçar que a floresta não é entrave para o desenvolvimento. Muito pelo contrário. Sua conservação garante a saúde dos ecossistemas, inúmeras oportunidades financeiramente atraentes de uso da biodiversidade. Também assegura a produção de alimentos e medicamentos, gera renda, não apenas com a madeira, mas também com o turismo ecológico e a pesquisa científica, e tem um papel fundamental na regulação do clima.

(Enviado por GWA)