Os desafios para uma mulher no mercado de trabalho são inúmeros e quando elas ainda conciliam com o papel maternal as adversidades são ainda maiores. Agora, imagine quando essa gestão de trabalho e maternidade é realizada por refugiadas, essas que já vêm de um contexto de vulnerabilidade social e buscam condições melhores no Brasil. Uma reflexão neste Dia das Mães.

Bat Seba (foto abaixo), 38, é uma venezuelana, veio ao Brasil com seus três filhos e, quando chegou em Manaus ao buscar refúgio no país, descobriu que estava grávida do quarto filho. A descoberta da gestação foi uma surpresa, e seu bebê já estava com cinco meses. Pouco depois, ela se mudou para São Paulo, sendo o local onde conseguiu oportunidade de emprego remoto, como atendente de suporte técnico no atendimento bilíngue da líder global de CX, Foundever, empresa onde trabalha há quase três anos e conta com cerca de 700 pessoas em refúgio admitidas.

“A oportunidade de trabalhar no modelo home office faz com que eu consiga organizar melhor meu tempo e dar atenção aos meus filhos, porque não é necessário me locomover, o que me custaria quatro horas de trajeto diariamente”, comenta.

O país de origem de Bat, sendo a Venezuela, possui o maior contingente de pessoas solicitantes com processos deferidos pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare) em 2022, como mostram os dados do relatório “Refúgio em Números”, feito pelo Observatório das Migrações Internacionais. Os números expressam que a distribuição por sexo se apresenta próxima entre ambos os gêneros, sendo 48,5% mulheres e 51,5% homens.

A colaboradora celebra a conquista de emprego e enfatiza sonhar que seus filhos possam ter um futuro melhor no Brasil ao seu lado e diz se empenhar muito em uma maternidade presente. “Eu não consegui oferecer isso como mãe em nossas terras, mas acredito que aqui eles poderão ter uma vida mais digna”, ressalta.

Trabalho remoto e maternidade

O home office também oferece otimização de tempo na maternidade para Anais Alvarez (foto abaixo), jovem de 28 anos, formada em Direito em seu país de origem, também colaboradora da mesma companhia em que Bat Seba trabalha com atendimento ao cliente. Atualmente, ela é mãe de dois filhos, sendo uma garota de nove anos e um garoto de apenas dois anos de idade.

A jovem compartilha que a cultura da Venezuela é similar à do Brasil em relação aos preconceitos em ser mãe e lidar com a rotina do trabalho. Ela ressalta que a primeira pergunta que fazem em cada entrevista de emprego é se tem filhos, e qual a idade das crianças, dentre outros questionamentos para filtrar os possíveis empecilhos que possam fazer com que uma mãe falte ao trabalho.

“Entrei como estrangeira e o Brasil e a empresa Foundever têm ajudado no meu crescimento pessoal e profissional. Eu sinto que, independentemente de ser mãe, isso não ofusca meus sonhos e a cada dia continuo crescendo mais. Aqui há mais oportunidades e, por meio do meu trabalho de casa, é mais fácil avançar nas duas carreiras, a de funcionária e a de mãe”, celebra.

Reconhecimento global

A companhia que a jovem atua, é reconhecida pelo Acnur como uma das líderes em contratação de refugiados no Brasil e, até mesmo, realiza eventos de empregabilidade e capacitação para esse grupo. Em seu relatório interno de Recursos Humanos, são 626 colaboradoras mães; sendo 141 delas v venezuelanas e destas 93 assumem a maternidade solo.

Mercado de Trabalho

No Brasil, a grande maioria das companhias ainda não investe na admissão e capacitação de refugiados como se espera e os próprios gestores notam isso. Um estudo feito pela recrutadora de talentos Vagas sobre o “Mercado de Trabalho para Pessoas Refugiadas no Brasil”, perguntou aos recrutadores se as empresas em que trabalham já promoveram programas de contratação de pessoas refugiadas e mais da metade (57,1%) disseram que não.

Em contraponto, ao serem questionadas se as organizações que trabalham estavam capacitadas para contratar pessoas em refúgio, a grande maioria (71,4%) das pessoas recrutadoras disseram que sim. O estudo identificou que talvez haja capacidade em admitir, mas faltam ações para ativar isso.

A diretora de Recursos Humanos da Foundever, Adriana Wells, explica que todas as empresas podem contratar refugiados e outras minorias, adaptando o que for necessário no processo e ter o time de recrutamento apoiando a causa soma ainda mais na empatia no processo, mas a prática precisa ser uma meta da empresa.

“Temos essa cultura na Foundever e o apoio do CEO e gestores, e a grande maioria das empresas se sente preparada para lidar com esse grupo, mas por não terem essa cultura acaba não sendo uma realidade. Por isso é necessário fortalecer a cultura organizacional, do topo à ponta e, em seguida, começar a fomentar as atividades internas e ações de contratações”, alerta.

As dificuldades para um refugiado(a) para encontrar emprego no Brasil envolvem inúmeros fatores. O estudo da recrutadora de talentos Vagas também questionou aos entrevistados se já tiveram alguma dificuldade para conseguir oportunidade no país por ser uma pessoa em situação de refúgio e 41,2% responderam que sim. Os dados mostraram que os motivos são diversos, dentre eles: possuir uma outra nacionalidade, não falar português, ter filhos e não ter com quem deixá-los, falta de experiência, problemas com documentação, dentre outros.

(Enviado por Imprensa Foundever™)

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