Na semana passada, a Bovespa encerrou com queda acumulada de 0,42%, mas em 2019 ainda mantém alta de 23,15%, apesar dos saques elevados de investidores estrangeiros que retiraram da Bovespa em 2019 de R$ 38,6 bilhões. O mercado americano registrou leve alta em seus indicadores depois de baterem recordes sucessivos de pontuação. Já o dólar, pressionado internamente, teve alta de 1,14% na semana passada e foi cotado no encerramento a R$ 4,241.

A nova semana e o mês de dezembro estão começando com os investidores mais animados e mercados acionários em alta. Na Ásia, no encerramento de hoje o destaque ficou por conta da Bolsa de Tóquio com alta de 1,01%. Na Europa, o dia está começando com valorizações acima de 0,50% e nos EUA indicadores futuros também no campo positivo nesse início de manhã. Aqui vamos em busca do recorde de pontuação obtido em 07/11 de 109.671 pontos, e depois podendo fazer novos recordes ainda em dezembro.

Três são os principais motivos da animação dos investidores hoje. As negociações entre os EUA e a China, indicadores de atividade industrial de novembro anunciado e a reunião da OPEP de dezembro. Sobre o acordo entre os EUA e a China, os chineses querem que as tarifas sobre US$ 156 bilhões que entraria em funcionamento em 15/12 seja extinta e as anteriormente impostas tenham redução gradual. Já os indicadores PMI da atividade industrial de novembro, apesar de ainda abaixo de 50 pontos que mostra contração da atividade, tiveram melhoras. No Japão, o PMI industrial de novembro subiu para 48,9 pontos, na China o caixin subiu para 51,8 pontos, na Alemanha alta para 44,1 pontos e na zona do Euro indo para 46,9 pontos. Apenas no Reino Unido houve contração para 48,9 pontos.

Já com relação à OPEP e a reunião de membros de dezembro, a Arábia Saudita quer corte adicional de cerca de 400 mil barris por dia (atualmente o corte está em 1,2 milhão de barris dia), para equilibrar o mercado e antes do grande IPO da gigante Aramco. Na Coreia do Sul, o superávit da balança comercial ficou aquém do previsto em US$ 3,37 bilhões, sendo a 12º contração seguida das exportações, dessa feita, em queda de 14.3%. A notícia do momento é que Trump determinou a tarifas adicionais sobre o Brasil e Argentina para aço e alumínio, por conta de estarem desvalorizando suas moedas. Isso certamente impacta negativamente, muito embora os EUA não sejam exatamente os melhores clientes do Brasil.

Já a Câmara americana, quer saber se o presidente Trump vai comparecer a audiência de seu processo de impeachment. Também tivemos notícias que a Black Friday produziu vendas de US$ 7,4 bilhões, o segundo maior volume da história. No mercado, dia de petróleo WTI negociado em NY em forte alta por conta da OPEP, com +2,47% e o barril cotado a US$ 56,53. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,101 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em forte alta para 1,84%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento de alta na Bolsa de Chicago.

Aqui a FGV anunciou que o IPC-S de novembro subiu 0,49%, e acumula alta em 2019 de 3,31% e em 12 meses de 3,61%. A pesquisa semanal Focus do Bacen veio com poucas alterações e Paulo Guedes atribui o atraso da reforma administrativa ao “timing” diferente do Congresso que tem empurrado as reformas para 2020.

Na agenda do dia, vamos ter que reverberar o noticiário sobre tarifação americana para produtos de aço, alumínio e o impacto das mudanças sobre os bancos produzidos pelo CMN (Conselho Monetário). Mas o quadro positivo pode estimular melhoras na abertura do mês de dezembro.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais


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