De acordo com o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou um Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias “mais realista, com gastos discricionários que podem ficar menores em R$ 12,10 bilhões, mas previdenciários seguem subestimados“.
De acordo com o documento, a receita líquida projetada apresentou uma revisão para baixo, agora a um aumento real de 9,60%, frente aos 10,20% previstos anteriormente, quando considerado um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,20%.
As despesas primárias totais foram ajustadas para cima em R$ 20,70 bilhões, a um total de R$ 2.229,6 bilhões.
Este aumento foi impulsionado principalmente pelo crescimento nas despesas obrigatórias, que subiram R$ 29,0 bilhões, enquanto as despesas discricionárias foram reduzidas em R$ 8,30 bilhões.
O economista alertou que o contingenciamento necessário, indicado no relatório, pode alcançar R$ 3,8 bilhões adicionais, somados aos R$ 8,30 bilhões já bloqueados nas despesas discricionárias.
Outra revisão significativa ocorreu nas receitas estimadas, com um aumento de R$ 12,50 bilhões no Imposto de Renda devido aos efeitos da tributação de offshores e fundos fechados.
No entanto, houve reduções notáveis nas estimativas de receita do PIS/PASEP e COFINS, que totalizaram menos R$ 22,30 bilhões.
O relatório destaca expectativas otimistas quanto à entrada de R$ 87,10 bilhões em receitas adicionais no segundo semestre de 2024, provenientes de medidas para aumento da arrecadação, como mudanças na legislação tributária e subvenções do ICMS.
Em síntese, o relatório reflete um cenário mais realista para as finanças públicas, com ajustes significativos nas projeções de receitas e despesas, evidenciando desafios contínuos na gestão fiscal do país.