Mais cedo, o IBGE informou que a produção industrial engatou o oitavo mês seguido de alta em dezembro, ao crescer 0,9% ante novembro. No período, acumulou avanço de 41,8%, mais do que superando as perdas do auge da pandemia, em março e abril. Com isso, o nível de produção atingiu em dezembro patamar 3,4% acima do registrado em fevereiro do ano passado, antes da covid-19 se abater sobre a economia.
Segundo Macedo, o efeito do deslocamento da demanda, apoiado por medidas de transferência de renda, como o auxílio emergencial para trabalhadores informais ou os programas de manutenção do emprego, pôde ser observado no comportamento da produção industrial de 2020 como um todo.
No agregado, a produção recuou 4,5% ante 2019, mas em seis dos 26 ramos industriais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) o desempenho anual ficou no positivo. As principais influências positivas no agregado de 2020 vieram de produtos alimentícios (alta de 4,2% no ano) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,4%). Os demais ramos com alta no ano passado foram fumo (10,1%), perfumaria e produtos de limpeza (2,7%), farmacêuticos (2,0%) e papel e celulose (1,3%).
“O deslocamento do consumo faz parte desse momento da economia”, afirmou Macedo.
Segundo o pesquisador, também fecharam o ano no positivo produtos específicos como eletrodomésticos e eletroportáteis, materiais de construção, como ladrilhos e cerâmica.
“Isso fez parte de 2020. Agora, como isso vai se comportar mais a frente, não sabemos”, completou Macedo.
O pesquisador do IBGE também considerou natural a perda de ritmo no crescimento da produção industrial no fim do ano. A alta de 0,9% em dezembro ante novembro ficou abaixo do 1,1% de novembro, enquanto de maio a julho as taxas de variação estavam próximas de 10%, numa desaceleração motiva, principalmente, pela depreciada base de comparação de abril.
Para além disso, Macedo citou fatores conjunturais que contribuem para a perda de fôlego. São eles a aceleração da inflação – com efeito negativo maior sobre a produção de alimentos -, a redução do valor do auxílio emergencial nos últimos meses de 2020 e o mercado de trabalho, que ainda está “longe de um movimento de recuperação”. A dificuldade de acesso a matérias-primas em alguns segmentos da indústria pode ser um problema adicional.
“A ausência do auxílio (emergencial), na medida em que alcançou boa parcela da população, é algo que preocupa e vai definir muito dos rumos não só da indústria, como da economia (em 2021)”, afirmou Macedo.
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